O dia começa com eu acordando com os raios de sol entrando pela janela, Bokuto dorme como um anjo ao meu lado. Pego meu celular e são 9:46. Nesse horário eu já estaria me arrumando para ir à escola, mas não quero e se meu pai aparecer lá? Não, não vou.
- Não vai se arrumar, Keiji? - É o Kuroo.
- Não, é melhor eu ficar aqui.
- Eu queria ficar e fofocar com a mãe do Kōtarō, mas vou ter que voltar pra nossa cidade.
- Ela é muito longe daqui?
- Não, se você continuar aqui, provavelmente vamos nos ver muitas coisas.
- Hum.
Ele se vira e fala que vai descer, Kenma está sentado jogando.
- Seu cabelo. - Eu falo.
- Nem me fale, acho que vou amarrar ele.
- Você já tem que ir, não?
- Tenho, mas estou com tanto sono é melhor ir andando do que o Tetsuro me levando no colo. - Ele levanta e se despede.
Queria conversar com ele o que eu não pude conversar antes. Me levanto para procurar os outros dois, eles estavam conversando na cozinha enquanto comiam o café da manhã. A mãe do Kou não está? Pelo menos na sala e na cozinha não, ela deve trabalhar bastante, tenho certeza que não é fácil criar dois filhos com um pai merda daqueles.
- Bom dia, Keiji. - Akinori diz.
- Ah, bom dia. Ela não está em casa?
- Geralmente ela trabalha nesse horário, tá precisando de algo?
- Não, acho que não vou hoje.
- É melhor mesmo, você sabe. - Yamato fala.
- Que? Por quê? - Akinori pergunta.
- É uma longa história. - Yamato responde.
- Eu vou acordar o Bokuto.
Me direciono até o quarto e ele continua dormindo, me aproximo e lhe dou um tapinha na testa. Quase que ele acorda de imediato, ele vai abrindo os olhos lentamente e dá um pequeno sorriso quando me enxerga. Sonolento, ele se senta na cama ainda esfregando os olhos e piscando.
- Já comeu? - Sua voz falha pergunta.
- Não, eu te acordei para você comer comigo. Você pode faltar hoje?
- Você não quer ir? Se você for ficar, eu também vou. Vamos comer primeiro.
Lentamente ele se levanta, me puxando para ir junto. Eu não estou com fome e não quero comer, mas vou fazer isso por causa dele. Ele aparenta estar mais feliz, ultimamente ele não olhava para mim com aquele sorriso, entretanto ele sempre que pode me olha e abre um longo sorriso. Na cozinha, Yamato implora para eu cozinhar panquecas, eu não vou, no caso, agora eu vou porque a Mizuki acordou com fome e o Kōtarō também quer. Bokuto pediu a minha ajuda para arrumar ela pra ir à escola, eu tô amanhã essa rotina... Geralmente eu acordo com brigas acontecendo e enquanto eu me arrumo escuto gritos brigando comigo.
- Vocês já vão? - Perguntei.
- Já. Vamos passar no shopping antes e por isso vamos mais cedo. Até mais tarde. - Sarukui se despede.
- Até! - Mizuki fala.
Eu não me sinto bem. Estou cansado, a única coisa que eu desejo é dormir nos braços da minha mãe como ela sempre fazia quando eu era pequeno, era confortável. Nunca imaginei que isso poderia acontecer, acho que se eu fosse "normal", nada teria acontecido. Não pode mudar do que já aconteceu, por mais que eu queira...
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°a Dama e o Vagabundo || Bokuaka°
Hayran KurguUma história de romance colegial entre Keiji Akaashi e Kōtarō Bokuto, mas ops... Akaashi não tem uma vida fácil. Você pode acabar tendo gatilho porque a história retrata abuso, problemas familiares, automutilação, agressão e outros assuntos. Minha...