Sogra?

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Segunda, uma nova semana e um novo sofrimento. Mesma coisa de toda semana, me arrumo, me alimento (às vezes) e vou pegar o ônibus. Já na escola tudo muda, meu melhor amigo e vejo MEU namorado... Um garoto de cabelos grisalhos, olhos amarelados e provavelmente 3 centímetros maior que eu. Bokuto Kōtarō. Uns dos homens que me ajudou tanto que ainda estou aqui.

Ele corre até mim em uma felicidade e até mesmo sem perguntar, sela nossos lábios. Eu já o disse para não fazer isso em público, mas esse final de semana eu estava tão triste que não me importei.

- Tá com hidrante nos lábios? - Ele espalha o "hidrante" pela boca. - MANO, QUE PORRA É ESSA?!

- Ops...

- ISSO ARDE! - Ele começa a limpar a boca com os punhos.

- Acho que não avisei que arde um pouco...

- UM POUCO? COMO VOCÊ VIVE COM ISSO NA BOCA?!

- Eita, logo cedo e já estão de lambança. - Yamato chegou.

- Lambança é o que ele usa na boca.

- Fica quieto, vamos entrar.

Entrando, consegui sentir os olhos do Bokuto em mim, não tem problema nisso só que ele não parou de me olhar.

- Bokuto? Tudo bem? - Pergunto.

- Ah, sim! Yamato, pode subir primeiro eu quero conversar com o Agaashe.

- De boa.

O Yamato sobe as escadas, mas nesse horário não tem quase ninguém nas salas... Sobre o que ele quer conversar? A sala realmente estava vazia, eu me sento e ele puxa uma cadeira.

- Seu rosto e braços estão machucados.

- É uma longa história, domingo só foi desgraça.

- Quer falar sobre? - Ele entrelaçou nossos dedos.

- Talvez demore um pouco, mas tudo começou enquanto eu tomava banho. Eu fiz minha rotina como de costume e quando eu fui voltar para o meu quarto, percebi que a minha gaveta estava aberta, no início não estranhei, apenas percebi que tinha algo estranho quando procurei uma coisa na mesma gaveta e a caixa também estava aberta. A lâmina que estava lá dentro sumiu, eu comecei a procurar que nem um maluco e paro quando a minha mãe entra no quarto e fala. "Você está procurando isso?" E mostra a lâmina na sua mão, ela mandou eu mostrar o braço, recusei e ela me forçou. Ela usou as unhas pra isso, são longas e então ela enfiou no meu ombro. Ela viu e logo começou a me insultar. "Patético, fraco que tem que se cortar, não me surpreende que você seja gay." Eu perguntei se ela não me amava e resposta doeu. "Amar? Eu nunca quis ter filhos, você é um acidente e só não abortei porque seria bom ter alguém pra herdar a empresa." Ela contou pro meu pai, gerou tudo isso e–.

O sinal tocou e eu não tinha terminado. - No intervalo você termina, até mais tarde! - Ele tentou sorrir para tentar amenizar a situação e me deu um beijo na testa.

Que vazio.

Tive que esperar as aulas acabarem pra ver meu marido, que homem é esse que faz o namorado esperar? O que eu tô pensando, deveria estar prestando atenção na aula.

Me dava gatilho ver todos aqueles hematomas e arranhões, mas não é minha preocupação atual. O intervalo já havia começado e estava esperando na frente da escola os dois descerem, um menino familiar começou a se aproximar, eu estudei com ele no fundamental e tenho certeza que ele é amigo do Yuji. Quando os meninos desceram, o carinha começou a rir e cochichar com os amigos me encarando, a expressão de Kōtarō muda. Não tenho um dia de paz.

Pensei que se eu o ignorasse, ele não ia falar nada, bem... Não foi isso que aconteceu. - Cuidado pro viado não encostar em você. - Tô acostumado.

- Bokuto ignora isso, virou rotina deles me zuar, eu nem ligo mais. E você Yamato, nem pense em se envolver.

°a Dama e o Vagabundo || Bokuaka°Onde histórias criam vida. Descubra agora