Acordo com o meu pai me chamando sem parar. - Filho, acordou? Vamos conversar. - Pronto, que merda que eu fiz, agora?
Você perdoa o papai pelo o que eu fiz ontem? O papai tava bêbado e eu perdi um pouco o controle.
Nenhuma novidade, ele me bate e faz tudo de ruim pra mim e pra no final vim pedir desculpas como se nada tivesse acontecido.
- O papai te ama viu? Estuda bastante, quero que você tenha um futuro incrível. - Escutei isso pensando no que responder, se eu não falar nada vai ser pior.
- Tá bom pai, tudo bem.
- Você está com raiva do pai? - Obviamente eu ia mentir.
- Nah. - Todo dia e toda hora eu minto pra ele, nenhuma novidade de novo.
Meu pai me deu um abraço forçado e foi embora, finalmente. Me levantei, tomei banho e comecei a me arrumar, olhei pro espelho e a minha costela tava roxa, eu já imaginava isso.
Quando eu terminei de me arrumar escuto um barulho de notificação do meu celular, era o Bokuto, era uma mensagem de "bom dia" em caps lock e escrito tudo errado, respondi com um "bom dia" normal. Agora eu estou pronto pra mais um dia, desço as escadas e minha mãe me para por causa do bolo que ela pediu para dar ao Coruja e olho meu pai comendo.
- Você se lembra do que falou pra mim ontem? - Ele não lembra nem o meu nome direito.
- Não, Falei algo muito horrível? - Imagina se tivesse falado, deve ser coisa da minha cabeça.
- Não... - Me virei de costas e coloquei o bolo na mochila. - Avisei que ia comer na escola e decidi tentar me enturmar com os outros do clube.
Pego meu ônibus semanário e sento em qualquer cadeira já que não tenho preferência, torço pra que hoje seja um dia tranquilo e normal. Saio do ônibus e chego na escola finalmente, olho para frente e encontro um garoto com cabelos grisalhos e espetados para cima.
- AGAASHE! - Queria saber como ele é tão energético assim.
- Oi senhor coruja.
- Que?
- Nada. - Pensamentos intrusivos, fiquem quietos.
Entramos na escola e ele não parava de me agradecer por aquilo ontem e como ele tava entendendo a matéria também, eu gosto de escutar ele me elogiando, me faz sentir bem. Paramos de conversar quando ele teve que subir as escadas para ir até sua sala, nós dois nos despedimos e fomos para nossas salas, estudei e anotei algumas coisas no caso, um monte e parei quando o sinal tocou.
- Fiquei esperando o Bokuto chegar no lugar que a gente tinha marcado para estudar, o garoto chegou atrás de mim tocando nos meus ombros me dando um susto enorme.
- Não faz mais isso, se quiser me matar é só falar. - Escutei o Bokuto rindo do meu susto e da minha fala.
- Enfim, desculpa por não ter te ensinado antes da aula, me atrasei pra chegar na escola. - Ele sorri pra mim.
- Não tem problema Agaashe! - Não me convenci com isso, não consigo nem ajudar um amigo.
Entreguei o bolo que a minha mãe fez pra ele, e ele ficou pulando sem parar de felicidade além de não parar de gritar "hey, hey, hey." Hoje eu ensinei algumas matérias de humanas, já que no dia anterior eu ensinei exatas.
O intervalo acabou, voltamos para nossas salas, anotei mais coisas, fiquei com raiva da professora porque ela me fez ajudar um monte de gente que só queria me usar pra tirar boas notas. Chegou a hora do clube, fui no vestiário, abri a porta e encontrei o capitão lá, ele sempre fica feliz quando me vê, ele me abraçou de novo e gritando o meu nome errado e então, eu fui me trocar normalmente, eu tirei a minha blusa, ele parou de sorrir e olhou pra mim com um olhar diferente.
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°a Dama e o Vagabundo || Bokuaka°
FanfictionUma história de romance colegial entre Keiji Akaashi e Kōtarō Bokuto, mas ops... Akaashi não tem uma vida fácil. Você pode acabar tendo gatilho porque a história retrata abuso, problemas familiares, automutilação, agressão e outros assuntos. Minha...