Estou aqui, sentado nesse banco, ajudando o Bokuto a estudar e ele realmente prometeu o que disse, ele está quieto só me ouvindo falar sobre química e outras coisas de exatas e de novo ele está com os olhos bem abertos e vendo eu escrever algumas anotações em seu caderno.
- Conseguiu entender? - Perguntei esperando uma resposta positiva.
- SIM! CARALHO AGAASHE, VOCÊ É MUITO FODA! - Errou meu nome de novo, mas vou admitir que fiquei um pouco feliz por ter conseguido ajudar o garoto.
Só tinha eu, ele e mais algumas pessoas naquela maldita escola, então decidi pegar o número dele para conseguir ajudar ele mesmo em casa.
- Aqui, escreve seu número aqui. - Falei entregando um pedaço da folha do meu caderno.
Ele escreveu e me entregou de volta, peguei e guardei na minha capinha.
- Então, acho que acabamos por–. - Parei de falar quando vi o horário, era pra mim ter saído da escola há 3 minutos atrás, me atrasei que merda.
- O que foi? - o garoto me perguntou com aquela cara de curiosidade novamente.
- Tenho que ir agora, tchau. - Falei o mais rápido que eu consegui e sai correndo dali.
Cheguei na estação de ônibus e fiz sinal pro primeiro ônibus que vi e entrei, merda, merda.... Mesmo correndo o mais rápido pra casa eu não vou chegar a tempo e vou levar o maior esporro dos meus pais. Meu pai sofreu muito na infância, então por algum motivo ele decidiu que ia fazer a mesma coisa que meu avô fez, me tratar que nem um lixo, tô sentindo meu coração acelerar e minha respiração falha. Dei sinal pro motorista e desci correndo desse veículo e só segui reto pra minha casa, eu parei de correr quando vi meu pai na frente da porta olhando para todos os lados me procurando, de hoje eu não passo.
- Entra. - Foi a única coisa que ele me disse, eu sabia o que ia acontecer. - Entrei dentro de casa soando frio e com a minha respiração cada vez mais falha.
- Por que CARALHOS você demorou? ME DIZ PORRA. - Ele gritou comigo porque eu demorei um pouco pra responder além ele bateu na mesa de madeira me fazendo tremer por conta do barulho.
- Eu fui ajudar um garoto com as provas, perdi o horário só isso. - Ele não ia acreditar mesmo que eu implorasse pra ele acreditar nisso.
- HA, não me faça rir. - Ele me olhou com uma cara extremamente irritada e como se fosse me matar. - Eu ia responder ele de novo, mas fui impedido por um empurrão que eu cai entre uma mesa e uma cadeira, bati minha costela com tudo e não pude evitar de chorar.
- Olha aqui, já está chorando? Se você não tirar 10 no final do bimestre, eu tenho certeza que você não vai conseguir nenhum emprego e vai virar uma putinha que vai dar pra qualquer um que aparecer, vai ser bem aquelas que fazem de tudo pra um homem dar dinheiro pra elas. - Por que isso? Eu não quero passar por isso.
Comecei a chorar mais ainda por causa do que ele disse e porque minha costela não parava de doer por um segundo.
- P-pai eu t-te j-juro que e-era só i-isso. - Disse entre vários soluços e gaguejo.
- Mesmo que seja só isso, não quero ver você se atrasando, muito menos ajudando alguém, ele não vai fazer você passar em uma faculdade.
Ele se virou e foi embora, quase não consegui me levantar de tanta dor e o pior foi pra subir as escadas até o meu quarto, a dor era tanta que eu pensei que fosse morrer. Cheguei no meu quarto, me joguei na cama, peguei meu celular na mochila que ainda bem que não estava quebrado e comecei a chorar mais e mais. Decidi mandar mensagem pro Bokuto, peguei o número dele que estava naquela folha.
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Chat com Bokuto.
Oi, é o Akaashi.
AGAASHEEEE POR QUE
VOCÊ FOI EMBORA DAQUELE JEITO?!?!?!???Tava atrasado, meus pais brigam comigo quando eu demoro.
Ah :(((( desculpa por fazer
você se atrasarDe boa, aliás o que o treinador estava falando?
AHHH É SOBRE O NEKOMA
ELES VÃO VIM ORA CA
SEMNAN QUE EVME SONRE OS TEMPOS DO
VOLEIMas você é tão inteligente
quw já deve saver dissoObrigado, mas então, somos Amigos? Ou não?
QUEEE???!? SIM você não
quwr ser meus amjsho?
Eu quero, vou ter alguém pra conversar, obrigado, eu tô feliz.EU TAJBEM, obrigado pro hije
De nada.
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Ele responde bem rápido deve ser por isso que ele escreve tudo errado, eu fiquei feliz, mas digitei tudo aquilo chorando de dor e lembrei do que o meu pai me disse... Ele sabe que eu sou gay, por isso falou que eu ia dar pra algum homem, ele disse que me aceita só que fica toda hora fazendo piadas homofóbicas desnecessárias pra mim e pra minha família, só queria descansar. Me levantei e fui direto pro espelho, levantei a blusa e minha costela estava toda vermelha, com arranhado e sangrando um pouco. Escuto um barulho de porta abrindo atrás de mim, me viro e vejo minha mãe.
- Oi, meu bem. - Ela não era que nem meu pai, mas era rígida com várias coisas.
- Não fica bravo com o seu pai, ele só bebeu um pouco, mas você também se atrasou muito faz assim dorme que amanhã eu faço um bolo pra esse seu amigo aí, tá? - Ela me deu um beijo na testa, mas eu nem respondi ela nunca me apoiava em nada além dela sempre passar pano pro meu pai e fingir não ver o que ele faz.
Me levantei e fui tomar banho, aquela água quente caindo sobre o machucado me fazia pensar que eu ia morrer, tomei banho extremamente rápido por causa que estava ardendo, coloquei um remédio na ferida e fui me deitar, minha mãe até tentou me oferecer alguma comida só que eu sabia que ia vomitar tudo o que eu comesse naquele momento então decidi enviar uma mensagem pro Kōtarō de "Boa noite." E ele me respondeu com outro "boa noite" só que em tudo em caps lock e com um monte de ponto de exclamação.
Sinceramente eu cansei dos meus pais, mas não tem muito o que eu possa fazer já que nem trabalho eu tenho, já chega por hoje, vou dormir.
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°a Dama e o Vagabundo || Bokuaka°
FanfictionUma história de romance colegial entre Keiji Akaashi e Kōtarō Bokuto, mas ops... Akaashi não tem uma vida fácil. Você pode acabar tendo gatilho porque a história retrata abuso, problemas familiares, automutilação, agressão e outros assuntos. Minha...