°a Dama e o Vagabundo || Bokuaka°

Toda história tem um fim.

"Dia 3 de dezembro, terça-feira.

Acho que faz uma semana que comecei a escrever no diário. Quando eu ganhei ele do Kou pensei que não ia usar muito, mas eu gosto de escrever aqui. Hoje na escola o Bokuto estava conversando com uma garota do terceiro ano, nunca vi ela antes, mas confesso que fiquei observando os dois de longe, ela dizia que estava com frio e mesmo estando com blusa ela pediu o suéter que eu dei para o Kōtarō. Eu fingi que não vi e continuei fingindo que nada aconteceu, depois eu fui perguntar sobre isso, ele tentou fugir do assunto. Ele sempre dizia que ficava melhor em mim no que nele..."

"O que é mentira porque não aconteceu, meu homem chega nem perto de mulher e as únicas que ele conversa são as assistentes do time, agora se eu fosse me preocupar com alguém teria que ser com o Kuroo, esses dois eu não sei não... Eu não me importo, às vezes eu dou o troco também e fico fazendo as mesmas piadas só que com o Kenma e ele não pode reclamar! Lembro de um dia que ele ficou sem falar com o Kuroo para eu não fazer as brincadeiras com o Kenma."

"4 de dezembro, quarta-feira."

"Amanhã é meu aniversário. Mês passado, os meninos do time perguntaram o que eu faria no meu aniversário, eu falei: 'Nada, desde os meus 5 anos não tenho festa nenhuma e nem bolo'. Eles ficaram assustados e falaram que iam tentar fazer alguma coisa, meu coração não para de acelerar só de pensar no que pode acontecer. Por algum motivo ontem ninguém falou sobre o assunto, essa semana inteira na real... Estão falando bastante sobre mim, que eu mudei muito depois de tudo e até me zoam falando que estou me tornando uma cópia do Kou, falam que estou parando de ser quieto e comecei ser mais ativo. Agora são 23:57, só me resta esperar o dia virar."

Eu consegui dormir ontem, nos malditos 3 minutos. Animadamente eu corro para pegar meu celular que estava carregando, não havia nenhuma mensagem. Ninguém lembrou? Como? Todo mundo estava me perguntando várias coisas sobre o assunto e por que agora ninguém vai mandar nem um simples "parabéns". Ano passado eu consegui receber parabéns dos outros e principalmente dos meus tios e Yamato. Corro até a cozinha com esperança de encontrar meus pais, eles estão lá conversando normalmente.

- Querido, para que essa pressa toda? - Minha mãe pergunta.

- Mãe, a senhora sabe que dia é hoje, né? - Ela fica meio surpresa por eu chamar ela de "mãe", ela não se acostumou.

- Dia 5 de dezembro. - Meu pai responde.

- Meu aniversário! Né?

- Eh... Sim. E? - Ela fala.

- Só isso?

- Parabéns, eu acho.

Eu franzo os olhos e não falo nada. Não tem problema! Tenho as melhores pessoas naquela escola, ando com raiva para o meu quarto e me arrumo. Isso é frustante, não imagina que eles iam reagir assim, meu dia piorou em 100%. CONSEGUE PIORAR TUDO! Todo dia eu vou junto com o Kou e ele não me esperou, passei pela casa dele e nada, fiquei esperando e não aguentei, bati na porta... Ninguém atendeu, a mãe dele está trabalhando, a irmã na escola e ele? Bem, não sei. De novo ele foi sem mim, faz um tempo que ele parece distante de mim e piora novamente, de novo ninguém me espera na entrada da escola.

Procuro Bokuto pela escola e ele estava conversando com algumas pessoas que eu não conheço, ele é popular. Eu espero um pouquinho as pessoas saírem e aproveito para conversar com ele.

- Kou? - Eu falo.

- Boa tarde, Keiji!

Não respondo, me viro e subo as escadas até a minha sala. Eu escuto ele chamar meu nome várias e várias vezes, mas não respondo. Eu imaginava que ninguém da minha sala ia se importar com isso, porém não esperava que nem o Yamato ia lembrar, eu me encontrei com ele lá e adivinha? Nada, disse ele que hoje é mais um dia comum como qualquer outro. Mas que... Eu ignoro tudo e tento prestar atenção ao máximo na aula, o que não deu certo. Para mim não fazia sentido tudo que está acontecendo, não quero ir pro clube, não é mais obrigatório. Ninguém lembrou e quem lembrou nem se importa, as meninas do time também não lembraram, elas passaram por mim e me ignoraram também.