Cap. 19: O Solar

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Porque eu quero que você esteja lá! Sim, eu quero que você esteja lá...

Já era dia e todos se despediam de Anastácia, foram juntos deixá-la na casa de Ernani, onde Candinho e Filomena esperavam por ela.

Eugênio não estava de todo feliz, embora estivesse a caminho de passar alguns dias com sua amada, deixar sua madrinha ali naquele estado lhe cortava o coração.

Mas era necessário tirar Violeta de circulação por um tempo. Matias não iria deixá-la em paz, isso era um fato. Mesmo porque após o desquite ser efetuado, Matias havia ligado para o engenho, e ameaçado mais uma vez Violeta.

Dona Beatrice contou à Eugênio quando este telefonou para pedir que avisasse Leônidas e Heloisa que ele e Violeta demorariam mais alguns dias para voltar.

Agora o que não se sabia era como Matias tinha aquelas informações, havia algo de podre no meio do legislativo e com certeza alguém estava passando informações confidências ao juiz. Mas quem era e o que estava lucrando com isso, ninguém sabia.

...

Deixaram Anastácia aos cuidados do filho e seguiram viagem para o solar. Aquele solar que foi palco de muitas tristezas, hoje conheceria uma história de amor.

O motorista de Anastácia deixaria os dois casais no local e depois voltaria, retornando apenas após uma semana para buscá-los. Até lá ficariam isolados, longe de tudo.

- Não me lembrava mais dessa fachada! Comentou Eugênio descendo do carro.
- Sua madrinha em nada mexeu desde que você nos resgatou anos atrás! Maria falou enquanto caminhava para perto dele. - Não pensei que voltaria aqui novamente!
- Tens certeza que ficarás bem, Maria?
- Não se preocupe menino Eugênio, já é hora de colocar boas lembranças nesse lugar!

- Então foi aqui que Sampaio manteve vocês? Perguntou Celso também descendo do carro e se aproximando dos outros.
- Sim meu querido, até o dia em que Eugênio nos encontrou! Respondeu Maria.

- Papagaios, alguém vai ter que me explicar essa história, porque não estou entendo nadinha disso tudo! Falou Violeta parada olhando os três.
- Mais tarde lhe conto benzinho! Eugênio respondeu e ganhou um revirar de olhos de Violeta por usar aquele apelido na frente dos outros.

Maria e Celso rindo deixaram o casal para trás e subiram os poucos degraus da entrada com algumas bolsas e malas nas mãos.
O motorista começou a descarregar o carro e ajudá-los a levar tudo para dentro.

- Aqui é lindo! Violeta olhava a vista. - Embora me parece que não há uma boa história por trás desse lugar!
- Vamos entrar e nos acomodar, e te conto a história desse solar mais tarde! Eugênio segurou na cintura da sócia e os dois seguiram para dentro da casa.

...

O dia passou rápido, cada um seguiu com seus afazeres acomodando tudo que trouxeram e organizando a casa.

Quando o pôr do sol se fez presente os dois casais sentaram-se na varanda para admirar a vista e tomar um bom vinho.

- Agora será que vocês poderiam me contar qual a história desse solar? Perguntou Violeta após bebericar sua taça.

Eugênio se ajeitou na cadeira e olhou para frente como se procurasse as palavras. Na verdade o que ele via era um filme de tudo que sua madrinha havia passado.

Surpreendentemente quem iníciou a fala foi Celso, talvez por estar na sua segunda taça de vinho ele se sentira mais confiante para falar.

- Dona Anastácia fora mantida em cárcere privado aqui nesse solar! Ele começou. - Após descobrir que ela procurava por seu filho, o falecido marido, que Deus o tenha! Celso fez o sinal da cruz apontando no final para cima e continuando tornou a narrar a história. - Quase matou dona Anastácia de tanto bater-lhe e após isso a mandou para cá, ninguém sabia desse lugar, apenas ele... Maria veio junto para não deixá-la só!
- Foram longos anos aqui! Maria continuou. - A casa cercada pelos capangas de Sampaio, os longos dias enclausuradas sem nem mesmo poder admirar essa vista linda!

Easy on me... pegue leve comigo Onde histórias criam vida. Descubra agora