O feiticeiro e o deserto.

Capítulo 19

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彡★ Capítulo: 19

Assim como os pais de Xariar, como Jingat prometeu a Aemilia que iria trazer a pedra da lua para ela, eu prometi a Xariar que faria o mesmo por ele. Uma luz no fim do túnel, foi o que pareceu para mim à primeira vista, ele tinha dito que sim! Finalmente eu tinha uma perspectiva do o que fazer. No entanto, apesar de ele falar que aceitaria, eu senti certa relutância na sua voz... não, relutância não, era mais, desesperança.

Ele me olhava com uma doçura fora do comum, quase como se olha para uma criança quando ela diz que quer ser uma rainha do universo quando crescer. Contudo, isso não me desanimou, muito pelo contrário me deu o gás que eu precisava para continuar. Ficamos naquela sala por mais alguns minutos, nos encarando, trocando carinhos quando um guarda apareceu e disse que Xariar tinha assuntos para resolver. Ele se despediu de mim com um beijo na testa, disse que poderíamos nos ver durante o jantar e saiu andando, me deixando sozinha com o pavão.

O bicho olhou para mim e abriu suas penas da cauda, cantando de novo, ou grasnando? Não sei que tipo de som um pavão faz. Me levantei e sai também, tinha uma ideia do que fazer, iria até a biblioteca procurar livros e documentos sobre a tal pedra da lua e traçar uma rota pelo deserto. Não iria ser louca o suficiente para ir atrás de um Djinn, não iria optar pelo caminho mais fácil, se fosse para procurar, que eu mesma fizesse isso.

Andei tranquilamente até a biblioteca com os ânimos renovados, depois iria compartilhar minha pesquisa com rosa, talvez por ela estar a mais tempo por aqui, tenha uma perspectiva melhor de como lidar com isso tudo. Eu não precisava que o meu corpo me guiasse até a biblioteca, já tinha decorado mais ou menos o caminho, no entanto, quando cheguei lá, me deparei com alguém esperando na frente desta. Seu corpo estava apoiado contra a porta da biblioteca, ela estava de braços cruzados e parecia observar o padrão da tapeçaria que ficava na parede oposta.

-Duni? - chamei, me aproximando.

Quando a chamei, ela virou seu rosto rapidamente para mim, descruzando os braços e me dando um sorriso amarelo.

-Estava te esperando... não te achei em lugar nenhum e como sei que você é uma rata de biblioteca, pensei em te esperar aparecer por aqui. - ela riu sem jeito.

Ela desencostou seu corpo da porta de madeira e veio na minha direção parando na minha frente a apenas alguns passos de distâncias. Suas bochechas estavam vermelhas.

-Como você está? - ela quis saber.

Dei uma risadinha sem graça e levei a mão para detrás da minha nuca.

-Melhor. - Consegui dizer, subindo a mão da minha nuca aos meus cabelos, passando os dedos entre os fios.

-Você está pálida e magra. - Duni diz, direta, seu rosto então ficou sombrio. - Mas parece melhor, na cama você parecia...

Ela balançou a cabeça várias vezes para espantar a ideia. Duni era a irmã mais nova, e eu meio que sabia como ela se sentia, uma vez, Jaspe se machucou com uma enxada, foi um corte muito feio, houve uma fratura exposta, ossos e sangue perfurando a pele a ponto de ele desmaiar de dor. No fim, tivemos que contratar um bom curandeiro para ajeitar o braço dele, mas o processo foi um pouco lento, ele acordava e desmaiava o tempo inteiro conforme o mago colocava as coisas no lugar.

Quando ele estava melhor, não soube o que dizer exatamente para Jaspe, mas fiquei muito preocupada, então sei o que Duni está sentindo. Levei minha mão até sua cabeça, a afagando, eu era mais alta do que ela, então olhava para o seu rosto de cima, com carinho. Duni ficou surpresa com o gesto, mas aos poucos vi seus olhos se enchendo de lágrimas e então ela me abraçou, com força, nossos corpos se chocando com o impacto.