Capítulo 18

1 5 0
                                    

──────⊱◈◈◈⊰──────

彡★ Capítulo: 18

Estava atordoada quando sai da torre, assim que Fatimah me deu as costas, eu fiz o mesmo e sai como um foguete de dentro daquela sala, descendo as escadas rapidamente, com a cabeça a mil por hora. Para a minha sorte descer escadas é muito melhor que subi, e mais rápido também, em pouco tempo eu tinha chegado na base da torre fazendo juramentos para mim mesma que eu nunca mais iria pisar lá. Agora entendo o porquê daquela mulher me causar arrepios, apesar de que no lugar dela eu faria o mesmo ou pior.

Mas, a pergunta que dominava meus pensamentos era: como ela sabia? Como ela sabia que eu não era Sherazade? Estava rangendo os dentes, um hábito ruim que sempre aparecia quando eu estava especialmente nervosa. E vinte anos? Ela procurou por essa pedra por vinte ano e não encontrou nada? Fechei minha mão em punho com tanta força que faíscas saíram dela, a magia de Sherazade estava descontrolada, eu precisava me acalmar.

Sai de dentro daquele recinto minúsculo da escada em espiral e escancarei a porta quando girei a maçaneta, como eu iria falar isso para Rosa? "Tipo, ei Rosa, conversei com Fatimah como você pediu e ela disse que passou mais de vinte anos procurando pela pedra da lua e não encontrou nada, vê que maravilha? Acho que eu e você estamos presas aqui para sempre caso meu palpite de completar a história esteja errado."

Refiz o caminho no qual fiz mais cedo com Aisha e Celina, eu não estava pronta para falar com Rosa ainda, e nem sequer gostaria de ir para o meu quarto nesse momento, a presença daquelas mulheres iria me deixar ainda mais inquieta do que eu já estou. Pensei no diário, poderia lê-lo, ver alguma anotação, no entanto recordei que o deixei em cima da cama, no quarto. Biblioteca? Jardim? Para onde eu iria? Comecei a chorar, a pedra da lua estava fora de questão, meu palpite tinha que estar certo! Tinha que estar!

Meus passos ressoavam altos por todos aqueles corredores lindamente ornamentados, eu não fazia questão de diminuir a intensidade dos passos, se eram para saberem que estava aborrecida, que seja. Passei por diversos cômodos, mas não entrei, procurei por um lugar vazio, risadas de mulheres invadiram meus ouvidos quando passei pelo harém, o que me deixou ainda mais irritada. Se eu entrasse ali, iriam querer conversar, e eu não estava com a mínima vontade disso tudo, queria ficar sozinha e chorar em paz, além do mais, Sherazade não gostava daquele lugar.

Depois de tanto procurar, achei um cômodo que estava com a porta fechada, porém destrancada, e entrei sem pensar duas vezes. Olhei em volta e não tinha ninguém, perfeito. Fechei a porta atrás de mim e admirei o quarto, era um dos lugares mais luxuosos do castelo, tinha até um pavão cruzando a sala e exibindo as suas pernas. Me sentei no sofá, que se parecia mais com um divã, mais próximo, verde com dourado. Ainda estava chorando, e me permitir chorar ainda mais. Eu iria passar o resto da minha vida aqui, nunca mais iria ver minha família e amigos, já estava me acostumando com isso na mansão Limethorm, quero dizer, obviamente era muito melhor chorar e ficar triste em um lugar como o reino da lua sendo rica do que chorar e ficar triste sendo pobre e escrava do duque

Mas... não era minha vida. Essa era a vida de Sherazade, eu não podia simplesmente chegar aqui e roubar tudo isso para mim, eu tinha uma vida lá fora, e acima de tudo, não queria ficar aqui com aquela Fatimah no meu encalço me ameaçando a me matar. E ainda tinha a Astris, a Rosa... qual a probabilidade de alguma fada conseguir achar uma solução de tirar ela daqui e eu ir junto? Quanto tempo isso iria demorar?

Comecei a roer as unhas, ansiosa, nervosa demais, soluçando e arrancando as pelezinhas ao lado da minha unha, a pele dos meus dedos iria ficar irritada mais tarde. Escuto passos e o estofado ao meu lado afundando, uma mão se repousa no meu ombro, e outra no meu rosto, me obrigando a olhar para...

O feiticeiro e o deserto.Onde histórias criam vida. Descubra agora