Capítulo 11

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彡★ Capítulo 11:

Meu coração começou a bater tão forte contra o peito que eu tinha certeza de que a astris conseguia escutá-lo, mesmo estando a uns dez passos de distância. Não era possível, não tinha como ser possível algo assim acontecer! Isso é simplesmente insanidade.

-Como... isso é possível? - minha voz era apenas um tom mais alto que um sussurro. A fada deu de ombros, mas não falou, ela estava escondendo alguma coisa. - O que você sabe sobre isso? Como você chegou aqui? - novamente, tentei ser o mais direta possível, tentava fazer com que ela não conseguisse desviar muito da pergunta, fazer aquele joguinho de palavras detestável que as fadas gostam tanto. Por mais que ela não quisesse, a gente precisava se ajudar. Ela suspirou, porém continuou quieta me encarando. Encarei de volta e ficamos nesse silêncio constrangedor até ela resolver abrir a boca pra falar, vendo que eu não iria ceder na minha procura por uma resposta.

-... Quando eu cheguei perto do livro, senti uma sucção muito forte no centro do meu corpo, como se uma força estranha tivesse me atraindo para dentro. - ela falou de má vontade. - Depois, acordei aqui, no reino da lua. - ela deu de ombros mais uma vez. - E de repente, eu era uma garota chamada Rosemary... - Ela pareceu querer continuar, mas parou, notei uma inconsistência na narrativa dela.

-E a sala branca?

-Éééé... como assim? - ela franziu o cenho.

- A sala branca, quando você entrou no livro, onde tinha as esferas... - Indaguei.

- ... Eu não vi nada disso... - Ela falou enquanto puxava o seu corpo um pouco mais para trás no sofá, talvez com medo de que eu talvez fosse louca.

-Tinha uma sala branca quando eu fui puxada para dentro do livro... e tinha o ser de cabelos lilás... você o conheceu? - perguntei novamente.

-Não faço ideia do que você está falando. Eu apenas caí direto aqui, nessa personagem chamada Rosemary. - ela endireitou as costas, e ergueu o queixo, talvez tentando mostrar superioridade, o que era inútil já que eu que estava no controle da situação, ou pelo menos eu achava que estava. O pior é que ela estava sendo sincera, eu sabia que estava, sua raça não permitia mentiras.

- Seu nome não é Rosemary, não é? - fiz mais uma pergunta, pela lógica, não tinha como ser.

Ela riu baixinho, como se aquilo fosse algo muito engraçado.

-Não. Meu nome não é esse. Como eu disse, eu encarnei nessa personagem. Assim como você encarnou na protagonista, o que é estranhamente curioso, se quer saber...

Suspirei e fiquei a encarando, esperando para que ela falasse o seu nome real. Não queria pensar sobre o motivo do porquê justamente eu era Sherazade, pelo menos não agora, o meu foco era sair daqui. Fiquei analisando o rosto da fada tremeluzido, tentando notar alguma brecha na qual eu poderia aproveitar, qualquer coisa.

-Olha, se você trouxer alguns livros para mim, talvez eu possa te ajudar a achar alguma coisa. - ela disse, precisamente, ainda sem me dizer seu nome. - Sabe, eu não quero passar o resto da minha imortalidade dentro desse recinto fedorento, então quanto mais cedo acharmos alguma coisa, melhor. Agora que, bem, eu não posso sair daqui, fico limitada, apesar de não gostar nem um pouco disso, digo, da sua boa vontade.

Arqueei as duas sobrancelhas, não esperava que ela fosse tão diplomática assim.

-Okay, apenas não saia daqui. - foi tudo o que eu consegui dizer.

Me virei para ir embora, mas ela falou.

-Sabe... nos dias anteriores, antes de eu encontrar o livro... eu escutei uma voz dentro da minha cabeça. Apenas isso.

O feiticeiro e o deserto.Onde histórias criam vida. Descubra agora