𝕲𝖆𝖗𝖔𝖙𝖆 𝕸𝖆́ | 018

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- 𝕮𝖔𝖔𝖕𝖊𝖗

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- 𝕮𝖔𝖔𝖕𝖊𝖗

Estava em meu quarto deitada com meu caderno já desgastado de tantos anos que tenho ele, estava desenhando tentando ignorar os gritos que vinha lá de baixo, era difícil mas eu tentava.

Mais uma briga dos meus pais, minha mãe queria o divórcio e meu pai se recusava a assinar os papéis. Minha mãe estava saindo com um cara novo, acho que tem uns vinte poucos anos, e quer o divórcio para ser livre com esse cara estranho. Ele se viam
praticamente toda noite provavelmente, porque assim que meu pai adormecia a via saindo escondida achando que todos estavam dormindo.

Todo vez que o advogado da minha mãe vinha aqui e meu pai se recusava mais uma vez minha mãe no dia seguinte estava aqui e a briga começava, os gritos e as coisas quebradas. Não era muito diferente do que já era costume nessa casa, eles moram em casas separadas mas parecem que moram na mesma casa ainda.

Amanhã teria o acampamento de férias da escola, isso me deixava mais aliviada porque iria ficar longe desses animais selvagens, nomeados como meus pais.

Já era quinta mensagem para Verônica que eu mandava e nada dela responder, isso estava me deixando a puro nervos, isso abria portas para vários pensamentos. Como ela está saindo às escondidas com alguém ou conversando com alguém.

"Verônica se você não me responder eu juro que apareço em sua casa em menos de dez minutos!"

Na mesma hora as mensagens são visualizadas, me dando certeza que ela estava me ignorando oque faz meu sangue ferver, mas respiro fundo. Me ajeito na cama sentindo a calma voltando, não tanto afinal ainda estava irritada pelos gritos constantes lá embaixo da sala.

Vejo o digitando abaixo da foto de perfil dela, ela para de digitar algumas vezes mas volta, parecendo não saber oque responder. Isso fazia minha irritação voltar, era só responder um "sim" ou "não" para minha pergunta, é tão difícil responder se já arrumou suas malas para amanhã?

Bato minhas unhas pintadas de preto atrás da capinha tentando me manter paciente para a chegada da sua tão demorada resposta.

Quando sua mensagem finalmente chega para mim solto o ar que nem sabia que estava prendendo, acho que faço isso as vezes quando tento esperar e não surtar.

Sua mensagem dizia

"Só falta colocar mais algumas coisas, estou quase terminando. Porque?"

"Seus pais estão casa, então estava pensando em você vir aqui em minha casa."

Felizmente os gritos lá embaixo finalmente cessaram, o silencio estava assustador e sabia que ao descer ia encontrar várias coisas jogadas no chão e quebradas, e nenhum sinal dos dois. Desde minha infância era assim, eles brigavam em níveis de quebrar as coisas e quase se baterem e depois sumiam de casa por horas.

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