Capítulo 02 - Goblins, goblins e surpresa!... Mais goblins

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A próxima sala tinha morcegos pendurados no teto e duas passagens, depois de decidir por qual seguir, a jovem começou a andar o mais silenciosamente possível, mas não deu muito certo. Os morcegos voaram pela sala e bateram numa estalactite, que caiu ao lado de Dália quando ela corria para chegar na passagem que escolheu. 

Dando um pequeno guincho, a morena correu mais rápido e deparou-se com um caminho mais longo, que terminou em outra sala de caveiras. Diferente da primeira sala de caveiras, esta não tinha apenas armas, mas escudos também. 

Dália testou alguns escudos e encontrou um que conseguia carregar, mas por não conseguir manejá-lo bem, resolveu guardá-lo na mochila, ficando impressionada por ele entrar. Indo pela única abertura disponível, além daquela pela qual veio, a garota achou uma sala com uma pequena lagoa cristalina. Vendo que não havia nada na água, ela concentrou-se nas duas opções que tinha para seguir.

– Tem certeza de que quer ir por aí? - Perguntou Gia quando ela deu um passo para a esquerda.

– Por que? Tem algo ruim lá?

– Não sei. - Deu de ombros. - A escolha é sua.

Dália pensou muito antes de mudar para a direita, acreditava que Gia tentava lhe ajudar. Grande foi sua decepção ao ver mais um goblin, mas diferente dos outros, este notou sua presença assim que entrou na sala. Rosnando, o verdinho lançou uma adaga em direção à humana, causando um pequeno corte na coxa dela.

– Ah! - Exclamou com dor e surpresa, seu choque a fez perder outro ataque, que fez um corte em seu braço. 

Grunhindo de dor e raiva, tentou revidar e acertou um golpe com a rapieira no ombro do oponente, que rosnou e jogou mais uma adaga. A menina desviou inclinando o corpo para o lado oposto, perdendo o momento onde o goblin começou a correr em volta dela. Dando giros junto dele, ela tentou acertá-lo de novo, falhando e tendo que se abaixar para não ter uma adaga presa em seu rosto. 

Usando sua nova posição para tomar impulso, ela girou o corpo na direção contrária do oponente, fazendo o pequeno momento de susto dele por ter uma lâmina bem na sua frente ser o suficiente para cortá-lo, indo de um lado ao outro do estômago. Após receber esse último golpe, o goblin caiu no chão e não se moveu mais. 

Respirando pesadamente, ela manteve a arma levantada enquanto caminhava de costas até a nova passagem. Ao estar no corredor, ela baixou a rapieira e voltou a pegar o celular, iluminando o novo passadiço enquanto tentava normalizar a respiração. A luta tinha lhe assustado um pouco, sangue nenhum foi arrancado dela em suas últimas batalhas e isso lhe causou surpresa, bem como um pouco de medo.

Após passar por um longo corredor, ela chegou numa sala cheia de cogumelos estranhos, uns se moviam, outros eram fluorescentes, outros de cor azul-claro e uns pareciam com os que tinham no mundo de Dália.

– Uau, isso que é um tesouro. 

–  Como assim? - Olhou para a fada.

– Você pode vender alguns desses, eles podem dar bastante dinheiro, principalmente os azul-claros que podem ser usados como alucinógenos.

– É mesmo? - Ergueu uma sobrancelha e pegou um cogumelo de cada tipo.

Naquela sala havia mais três passagens, decidindo por qual seguir, ela pegou o caminho do meio, indo parar numa sala vazia com duas outras aberturas, ela pegou a da direita. Mais um goblin surgiu, ele rosnou e lançou uma adaga, acertando em cheio o ombro. A menina gritou de dor e surpresa, automaticamente levou uma mão ao ferimento enquanto seus olhos se arregalavam e lágrimas se formavam. 

Seu estado de choque permitiu que fosse atacada novamente sem perceber, seu outro braço foi atingido e um corte grande foi feito. Mais um grito de dor saiu de seus lábios antes dela tentar recuar, o goblin acompanhou os passos dela rosnando. Com o coração martelando no peito e com a visão nublada pelas lágrimas, a garota ainda tentou acertar um golpe com a rapieira, mas o oponente desviou facilmente de seu ataque. 

Outra adaga voou em sua direção, ela desviou o suficiente para não ser atingida em cheio no rosto, apenas um corte em sua bochecha foi feito. Ela sabia que deveria controlar o pânico crescente em si se quisesse vencer a luta, mas era difícil, então decidiu correr para o caminho de onde veio, percebendo o que ela fazia, o goblin foi mais rápido e barrou o caminho. Sabendo que ele não a deixaria passar, Dália deu alguns passos para trás, sua mente ainda assustada começou a gritar para ela ir adiante, para ter coragem, e foi assim que investiu num ataque cortando parte da orelha comprida e pontuda do goblin. 

O goblin gemeu de dor e tentou atacá-la, dando a oportunidade de cortá-lo do ombro até a cintura. O verdinho caiu no chão e não se mexeu mais, a menina se aproximou devagar e enfiou a ponta da rapieira em seu ombro, ao não ver reação, ela decidiu que ele estava definitivamente morto. Respirando profundamente por vários segundos, Dália deixou que a tensão em seu corpo diminuísse antes de olhar corretamente para a sala, notando que não havia outros caminhos, apenas aquele por onde veio.

– Você sabe que pode usar os cogumelos para se curar, né? - Disse Gia, fazendo com que Dália lembrasse que a fada ainda estava ali. — Você está sangrando por todos os lados.

– Não, não sabia. Qual deles faz isso?

– Àquele azul-claro. 

– Ele não é um alucinógeno? - Perguntou começando a caminhar de volta para a sala dos cogumelos. 

– Só quando é fervido, já se for consumido naturalmente ele pode curar as pessoas.

– Por que não me contou isso antes?

– Não sei. - Deu de ombros. Dália começou a resmungar quando a fada voltou a falar. - Se eu fosse você, pegava vários deles e plantava em casa.

– E eles vão sobreviver no meu mundo?

– Se você cuidar direito deles, sim. Deve regá-los diariamente, prestar atenção se não tem nenhuma praga neles. - Explicou.

– Entendi, mas como vou explicar a cor deles pra minha família?

– Sei lá, inventa alguma coisa. 

Dália fez biquinho e finalmente voltou à sala dos cogumelos, onde pegou um azul-claro e comeu com uma careta. Imediatamente ela sentiu a maior parte das dores desaparecer, o corte em sua bochecha curou completamente, mas a dor em seu ombro e braço continuou, apenas diminuiu de intensidade, mesmo quando ela comeu outro uma pequena parcela de dor continuou. 

Ao estar mais recuperada, ela encheu a mochila com todas as variedades de cogumelos enquanto perguntava o efeito de cada um para Gia, ao terminar pegou o caminho da esquerda. O novo corredor a levou para uma sala com um baú misterioso, várias caveiras estavam incrustadas nele e fumaça verde emanava ao redor dele, ela não estava muito confiante em abrí-lo. 

– Acha que eu devia abrir? - Perguntou olhando para Gia.

– Não sei. - Deu de ombros. - A escolha é sua. 

– Acho melhor voltarmos. - Disse não vendo outra passagem ali.

– É uma boa ideia, você tomou uma ótima decisão. - A voz de Gia soou aliviada e Dália começou a se perguntar por que ela não disse logo que seria ruim abrir o baú.

As Aventuras de DáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora