Capítulo 03 - Você fez isso!

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Ao retornar para a sala dos cogumelos, Dália pegou o único caminho que faltava, indo parar numa sala vazia, continuando em frente ela encontrou outra sala com caveiras, mais adiante ela entrou em uma com um goblin que rosnou para ela.

– Fala sério! Mais um! - Exclamou indignada.  

Uma adaga voou e fez um pequeno corte perto de seu calcanhar, irritada com isso e com o fato de sempre encontrar aquelas criaturas, Dália atacou e acertou o braço do goblin. Com dor, a criaturinha se afastou e tentou jogar outra adaga, mas sua tentativa de correr enquanto atacava fez com que errasse o alvo. 

Correndo atrás dele, a garota fez um corte na barriga do oponente, grunhindo o goblin voltou a se afastar e deu as costas para Dália. Ainda estressada, a menina correu até ele e atingiu um golpe em suas costas que o fez cair no chão, se aproximando ela conferiu se ele estava mesmo morto.

– Sério, quantos desses eu vou ter que enfrentar? - Perguntou olhando para Gia. - Qual é a minha missão aqui? Livrar essa caverna dessas coisinhas? - Apontou com a rapieira para o goblin. 

– Não sei. - Deu de ombros. - Vai ter que seguir em frente para descobrir. 

Resmungando, Dália seguiu por uma passagem a direita chegando numa  sala com cristais e quatro caminhos, sua boca se abriu em descrença. 

– Eu voltei pro início! - Exclamou irritada e então ouviu a risada de Gia. - Você fez isso! - Acusou.

– Não pude resistir! - Respondeu ainda rindo.

– Ora, sua! - Tentou dar um tapa nela, mas a fada se esquivou com facilidade. - Volte aqui!

– Calma, calma. - Desviou de outro ataque. - Que tal eu te levar pra onde comecei a te confundir?

– É o mínimo que você pode fazer! - Respondeu e então pensou em outra coisa. - Mas se você conhece esse lugar, podia logo me levar pra onde devo cumprir a minha missão. 

– Ah, não, isso eu não posso fazer.

– É, valeu a tentativa. - Deu de ombros.

As duas seguiram pelo caminho até a sala da pequena lagoa, desta vez, Dália seguiu pela esquerda, como queria desde o início. Ela caminhou por um corredor comprido que fez uma volta, no fim, ela entrou em mais uma sala com um goblin, sinceramente, já estava cansada de encontrá-los. 

Abaixando-se para desviar de uma adaga, ela correu até o goblin e fez um pequeno corte no ombro dele, o menor rosnou e tentou fugir antes de receber um ferimento no lado do corpo. Mesmo fraco, o goblin conseguiu lançar uma adaga, mas ela caiu aos pés da garota que com um golpe perfurou a barriga dele. Respirando profundamente, Dália olhou ao redor, vendo duas outras passagens, ela decidiu continuar pela esquerda. 

Ao chegar na nova sala, confetes voaram ao seu redor e ela viu na parede oposta uma faixa com os dizeres: “Parabéns! Você chegou ao tesouro!”. A missão dela era encontrar um tesouro? Dália achou estranho e pensou que deveria ter mais coisas por trás disso.

– Que pena, queria que você tivesse demorado mais. - Ao mesmo tempo em que Gia comentava isso, o ambiente ao seu redor mudava.

Algumas paredes desapareceram e as que sobraram ficaram brancas e com aspecto metálico. Dália deu uma volta e viu as caveiras, agora era possível notar que a brancura delas vinha por serem falsas, ela também viu os goblins mortos que agora não passavam de robôs inanimados.

– Eu não acredito, você armou tudo isso! - Acusou.

– Sim. - Sorriu. 

– Por quê?!

– Porque você precisava aprender uma lição. 

– E não tinha como você apenas me dizer?!

– Não. - Respondeu. - Você precisava aprender por conta própria. 

– Aprender o quê? - Questionou passando uma mão pelo rosto. 

– Que você pode morrer. - Disse séria. Os olhos de Dália se arregalaram de surpresa e sua raiva desapareceu. - Você pode pensar que tudo isso é apenas uma brincadeira, mas não é. Isso pode custar a sua vida e a vida de outras criaturas. Precisa entender isso e levar essas missões mais a sério, do contrário, não vai conseguir seguir em frente.

– Eu, eu entendi. - Respondeu com a boca inesperadamente seca.

– É o que eu espero. - Estreitou os olhos. - Além disso, você também tem que entender que nem sempre vai conseguir conversar com os outros, que vai precisar lutar e para isso você precisa melhorar e muito. Aconselho a fazer esgrima e natação, esse último pode vir a calhar.

– Não sei como vou fazer isso, mas vou tentar. 

– Ótimo, mas não se esqueça do que  falei. - Ao ver ela concordar com a cabeça, Gia ficou menos séria. - Alguma pergunta?

– Sim. Eu vou ganhar alguma coisa como aquela faixa diz? - Apontou para a faixa.

– Não.

– E o que tem naquele baú? - Apontou para o baú com caveiras entalhadas.

– Oh, tem um mímico. 

– Um o quê?

– Um mímico. 

– Ah, tá. - Deu um sorriso amarelo achando aquilo estranho.

Gia massageou suas têmporas e voou para perto do baú, pegou uma esfera de sua bolsa minúscula e jogou em cima dele. O baú começou a se transformar, dentes serrilhados apareceram na boca dele e uma língua enorme saiu para fora. 

A fada deu um sorriso de canto e levantou o braço esquerdo, uma aura brilhante ficou na frente dela e várias agulhas douradas, que brilhava quase insuportavelmente para os olhos, eles atingiram o baú e ele guinchou de dor.

– Mais alguma coisa? 

– Não. - Dália respondeu com pressa, assustada com o que viu.

– Então, acabamos por aqui.

Dália não disse mais nada e uma luz azul-claro a rodeou, depois veio a escuridão, enquanto estava imersa no breu, risadas foram ouvidas fazendo-a abrir os olhos. Ela estava de volta em sua sala de aula, a única diferença era a professora parada na sua frente e os olhares de todos os alunos em sua direção.

– Pelo visto, a minha aula está muito chata para você estar dormindo a 10 minutos. - Repreendeu a professora.

As Aventuras de DáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora