Aventura 2: A Vila dos Esquecidos

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Capítulo 01 - Desmemoriados

Dália estava irritada, irritada consigo mesma. Duas semanas se passaram desde a sua aventura na Torre misteriosa, ela poderia pensar que foi apenas um sonho, mas o anel em seu dedo era um lembrete constante. Sabendo que tudo foi real, ela tentou viajar para outros mundos, mas não conseguia ativar o anel, já tinha feito de tudo, desde dizer palavras mágicas à bater na pedra azulada insistentemente.

Como se isso não bastasse para deixá-la irritada, ainda havia a questão da fada sem nome que deveria ter vindo com ela, a fada viria em outra forma e Dália procurou qualquer objeto diferente em sua casa, mas assim como acionar o anel, suas tentativas foram todas fracassadas. Decidindo espairecer, ela pegou a mochila sem fundo e sua velha e confiável bicicleta e saiu de casa, havia um parque não muito longe que poderia ajudá-la a relaxar.

Chegando em seu destino, a menina foi até o lago do parque, deitando na grama ela fechou os olhos e sentiu uma brisa soprar. O barulho do vento, das folhas balançando, das conversas distantes e dos movimentos dos patos na água eram tão calmantes que a deixaram com sono. Sentindo novamente a sensação de flutuar no sonho, Dália abriu os olhos e se deparou com um pequeno pedaço do céu muito igual ao de seu mundo, mas com muitas copas de árvores impedindo a visão.

- Até que enfim! - Uma voz conhecida soou.

- Fada! - Exclamou sentada no chão. - Eu consegui, eu viajei para outro mundo!

- Sim, qual a surpresa? Eu disse que você faria isso.

- É, mas eu tentei por dias e não deu certo!

- Mas agora conseguiu, vamos, levante, temos trabalho a fazer.

- Trabalho? Você não disse nada sobre trabalho, disse que eram aventuras e desafios! - Protestou.

- É tudo quase a mesma coisa. - Deu de ombros.

- Sei. - Estreitou os olhos. - Bem, pra onde vamos desta vez? - Perguntou se levantando.

- Pra lá. - Apontou para a direita.

- Beleza, vamos lá. - Sorriu.

- Não vai pegar aquilo? - Apontou.

Dália girou para a esquerda e viu sua bicicleta, que inesperadamente estava nova como se tivesse saído da loja naquele mesmo instante. De olhos arregalados, a jovem se aproximou da bicicleta e estendeu a mão para tocá-la, seus olhos brilhavam admirados.

- Essa é a conquista por tirar um 20 nos dados. - Cruzou os braços.

- O que? - Levantou uma sobrancelha em confusão.

- Nada. Vamos indo?

Mesmo achando aquilo estranho, Dália resolveu ignorar e subir em sua bicicleta.

- A propósito, já lembrou o seu nome? - Perguntou enquanto pedalava.

- Ainda não, mas decidi me dar um nome. Pode me chamar de Gia.

- Que pena, prefiro Sininho.

- Mas eu não. - Retrucou.

- Entendi. - Rodou os olhos. - E onde você estava esse tempo todo? Pensei que viria comigo pro meu mundo.

- E eu fui! Espera, você não me reconheceu? - Colocou a mão no peito como se aquilo lhe magoasse profundamente. - Eu estive ao seu lado o tempo todo! Você não sentiu?

As Aventuras de DáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora