Capítulo 04 - Goblin mafioso... glup!

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A menina não sabia por quanto tempo correu, mas sua respiração já estava ofegante e suas pernas doloridas quando chegou no cais da cidade. Haviam muitas pessoas por ali, mas o gato os ignorou e caminhou até um prédio, Dália reparou que o local parecia muito com um armazém, quando ela voltou a fitar o gato, percebeu que ele tinha sumido.

- Ei, o que você está fazendo aqui? - Perguntou um goblin ao vê-la.

Ela ficou impressionada, era a primeira vez que ouvia um goblin falar.

- Hã, eu, eu quero saber uma coisa. - Gaguejou, surpresa também com o tamanho dele, que ao contrário dos que ela conhecia e tinha batalhado, esse era maior, chegando a ter 1,40 m de altura.

- Que coisa?

- Quem, quem é o chefe desse lugar? - Apontou para o prédio, ela se amaldiçoou por não conseguir falar direito com a criatura.

- É o senhor Murphy.

- Sabe onde ele está?

- Está bem ali. - Apontou para um aglomerado de goblins numa cafeteria, Dália estremeceu um pouco.

- Certo, obrigada.

Reunindo coragem, a garota foi em direção ao grupo, o goblin que falou com ela a seguiu e ao chegarem perto do grupo ele disse:

- Dêem espaço, essa menina quer falar com o chefe!

Todos os goblins saíram do caminho, deixando ver o chefe deles, um goblin de terno e cartola com olhos astutos e sorriso controlado.

- Sente-se, minha jovem. - Ofereceu com uma voz calma.

- Com licença. - Disse sentando na cadeira de frente para ele.

- O que deseja falar comigo?

- Quero falar sobre o gato da Sra. Cadme.

- Por que acha que ele pertence a ela?

- É o que todos disseram. - Respondeu franzindo as sobrancelhas em confusão.

- Mais uma que segue as massas.

Dália continuou confusa, mas decidiu prosseguir com suas perguntas.

- O senhor sabe onde ele está?

- Talvez sim, talvez não, mas diga-me, o que você quer com ele?

- Quero encontrá-lo, garantir que esteja bem e levá-lo para casa.

- E você sabe onde é a casa dele?

- Hã, sei.

- Tem certeza? - Perguntou com um pequeno sorriso.

Dália não estava entendendo, onde ele queria chegar com tudo isso? O gato não era dali? Não pertencia a senhora Cadme? Enquanto se afundava em questionamentos, um gato cinza listrado pulou no colo do senhor Murphy.

- É o N° 2! - Exclamou surpresa. - Você estava com ele esse tempo todo?

- Não sei do que está falando, mas este gato aparece por aqui às vezes, ele vai e vem quando quer, porque é livre.

- Então, ele não quer ficar com a Sra. Cadme? - Ao ouvir o nome da mulher, o gato deu um pequeno rosnado.

- O que você acha? - Devolveu Murphy.

- Eu acho que ele quer ficar com você. - Olhou para o gato que ronronava alegremente com os carinhos que o goblin fazia. - Será que os outros também não querem ficar com ela? - Perguntou mais para si mesma.

- É uma possibilidade.

- Certo, gatinho, eu não vou mais procurar você. - Informou ao felino.

- E o que vai fazer agora? - Perguntou Murphy.

- Não tenho certeza, mas ele não vai precisar se preocupar com mais nada. - Indicou o N° 2 com a cabeça. Murphy sorriu alegremente com isso. - Seja livre, gatinho. - Rasgou o cartaz. Estava prestes a se levantar quando lembrou de perguntar: - Pode me dizer onde posso pegar o bondinho?

- Greg! - Chamou e o primeiro goblin com quem Dália falou apareceu.

- Senhor!

- Leve a garota até o ponto do bondinho.

- Sim, senhor!

- Obrigada. - Agradeceu. Murphy acenou com a cabeça em reconhecimento.

Greg levou Dália até o ponto, o caminho foi feito em silêncio só quando chegaram no local que Greg falou, ele apenas disse quanto tempo ela esperaria, a menina agradeceu e viu ele ir embora. Quase vinte minutos depois, o bondinho apareceu e o motorista continuava o mesmo.

- Você de novo. - Ele comentou um pouco desanimado.

As Aventuras de DáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora