Abutre Escarlate - Os sete pecados capitais

Alegria de amar

Sempre se perguntou qual era a sensação que aqueles romances bobos descreviam: a alegria de amar. O amor sempre foi tão distante da realidade em que vivia, que não tinha tempo para lidar com relacionamentos. Seu foco sempre esteve em suas responsabilidades e na sua missão como guerreira

Estava se sentindo otimista, algo que nunca foi. A perspectiva de um futuro ao lado de Meliodas trazia uma nova luz para sua vida. O carinho e a compreensão que ele demonstrava faziam-na acreditar que, finalmente, poderia encontrar um equilíbrio entre suas obrigações e seus sentimentos

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O anúncio do noivado foi motivo de muita alegria para os súditos. Surpreendentemente, o povo do reino estava feliz com a notícia de que o príncipe Meliodas iria se casar com o Mandamento da Lealdade, uma guerreira admirada e temida por muitos. O reino estava enfeitado com luzes brilhantes e flores exóticas, as praças estavam repletas de música e risos, e as danças se estendiam até altas horas da noite. O sorriso no rosto dos súditos refletia a felicidade que permeava o ambiente

Elyon tinha voltado ao batalhão após o baile, então não tinha sua companhia brincalhona, tentando animá-la com piadas e gracinhas. Ele sempre soube como trazer um sorriso ao seu rosto, mesmo nos momentos mais difíceis, mas naquele dia, não sentia a necessidade de suas brincadeiras. A alegria que sentia era genuína e vinha de dentro

Polir sua armadura, era um ritual meditativo para você. Sentia-se estranhamente leve, como se um peso enorme tivesse sido removido de seus ombros. As paredes de pedra do castelo pareciam menos opressivas, e as sombras que costumavam ser suas companheiras silenciosas agora pareciam menos ameaçadoras

Suspirou satisfeita enquanto polia sua armadura. A luz do sol refletia nas placas metálicas, criando pequenos brilhos que dançavam pela sala. Seus pensamentos estavam longe, navegando entre memórias de batalhas e a antecipação de uma vida ao lado de Meliodas

O momento pacífico e reflexivo foi interrompido pela chegada de Galand, que entrou no vestiário da arena. Ele parecia ter corrido uma maratona, com o rosto ruborizado e ofegante, e  murmurava coisas desconexas, visivelmente nervoso

— Finalmente te achei — Galand disse, tentando recuperar o fôlego

— E por qual motivo estava me procurando? — Ergueu a sobrancelha, virando suavemente para encarar o guerreiro, intrigada

— Meliodas me enviou... — Galand exclamou, balançando a cabeça como se estivesse tentando entender o que havia acontecido — Ele disse para eu te dar um recado, encontre Meliodas nos jardins límpidos ao entardecer. E, bem, ele me ameaçou se eu não fizesse isso

— Ameaçou? — Você repetiu, certificando que ouviu certo, curiosa com a situação

— Sim! Ele disse que se eu não chamasse você, ia me deixar de castigo em um campo de treinamento com os recrutas! — Galand fez uma careta, como se estivesse se lembrando do que poderia ter acontecido

— E você não queria isso? — Perguntou irônica, rindo da expressão de Galand

— Claro que não! — Galand respondeu, balançando a cabeça — Eu só queria voltar para a festa nas ruas e encher a cara, não ficar correndo atrás de você!

Você lançou um olhar sério para ele, um aviso para forma como ele falava com você, lembrando-o de que era a superior dele

Galand percebeu a mudança na sua expressão e rapidamente se desculpou, um pouco nervoso — Desculpe, (S/n). Eu não queria ser desrespeitoso. Às vezes, esqueço que você é minha superior — Ele disse, com a voz um pouco hesitante, mas sincera