Abutre Escarlate - Os sete pecados capitais

Confronto

(S/n) observou de longe, seu alvo estava a poucos metros. Com os braços cruzados se escorou na árvore e riu ouvindo as palavras da princesa do clã das deusas. Ela estava tentando convencer o demônio mais carrasco de todos a se juntar a Stigma. Que ingenuidade!

— Se eu significo alguma coisa para você, se junte a nós, por favor, Meliodas! — A deusa Elizabeth implorou, juntando as mãos

Meliodas olhou para Elizabeth com uma expressão neutra, embora houvesse uma leve sombra de exasperação em seus olhos. A princesa do clã das deusas estava claramente angustiada, mas ele sabia que não podia ceder aos pedidos dela. Havia muito em jogo, e sua lealdade não podia ser facilmente mudada

— Elizabeth, você sabe que não posso fazer isso — Meliodas disse, sua voz calma mas firme — Minha lealdade pertence ao meu clã. Não posso simplesmente me juntar a vocês

Elizabeth deu um passo à frente, a súplica em seus olhos se intensificando — Meliodas, por favor. Isso não é apenas sobre lealdade. É sobre o bem maior — Ela juntou as mãos novamente, seu olhar desesperado — Precisamos de você. Sem você, não temos chance contra os demônios

Meliodas suspirou, passando a mão pelos cabelos loiros, olhando para o chão por um momento antes de encará-la novamente

— Você não entende, Elizabeth. Não é tão simples — A voz dele era suave, mas determinada — Minha posição, minha responsabilidade... eu não posso abandoná-las

Elizabeth balançou a cabeça, lágrimas ameaçando cair de seus olhos — Mas você sempre foi diferente dos outros demônios. Você tem um bom coração, Meliodas. Eu sei que pode ver a verdade — Ela estendeu a mão, tocando levemente o peito desnudo dele — Por favor, pense nisso. Pense no que está em jogo!

Meliodas recuou ligeiramente, evitando o toque dela, mas mantendo a voz controlada — Não se trata apenas de coração ou verdade, Elizabeth. Trata-se de dever e destino! — Ele olhou para ela, a expressão séria — Eu não posso mudar quem sou ou o que devo fazer. Você precisa entender isso!

Elizabeth deu um passo para trás, murmurando algo inaudível, seu rosto era uma máscara de tristeza e decepção

— Então é isso? — Ela perguntou, a voz quebrada — Você realmente não se importa?

— Eu me importo — Meliodas respondeu, a voz suave mas firme — Mas não da maneira que você espera. Minhas escolhas são limitadas. E neste momento, minha lealdade está com o meu clã. Sinto muito!

Elizabeth o encarou por mais alguns segundos, a tristeza em seus olhos profunda e palpável. Então, sem outra palavra, ela se virou e começou a se afastar, murmurando palavras que ele não conseguiu entender completamente

Meliodas ficou onde estava, observando-a ir embora, sentindo o peso de suas próprias decisões. Sabia que havia feito a escolha certa, mas isso não tornava as coisas mais fáceis. Afinal, ele entendia o que estava em jogo, tanto para ela quanto para ele

Uma risada sombria e desdenhosa ecoou pela floresta alertando Meliodas da presença de mais alguém lá. Ele olhou ao redor, sentindo uma presença familiar emergir das sombras 

— Oque acha que seu pai irá dizer quando descobrir que o precioso filhinho dele vem se encontrando com a filha da divindade suprema? — Você saiu das sombras, revelando-se para Meliodas

— Oque esta fazendo aqui, (S/n)? — Meliodas disse sem expressão, mas a voz dele o denunciava. Ele estava nervoso por ser pego no flagra — Há quanto tempo esta me seguindo? Não sabia que gostava de mim tanto assim! — Disse, sorrindo presunçoso

— Há tempo suficiente para saber que você e a deusa tem um caso. Nunca pensei que você fosse fã de coisas proibidas, sempre foi o soldadinho do papai — Retribui o sorriso — Estou aqui porque seu pai mandou ficar de olho em você — Sorriu vitoriosa, como se tivesse ganhado a discussão