Missão

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A claridade da fogueira estava alta, lançando sombras dançantes ao redor do acampamento improvisado. Você conseguia ver seu reflexo nas chamas, um rosto determinado e marcado pela dureza da guerra. O fogo aquecia tanto você quanto Meliodas, que estava sentado do outro lado, as pernas cruzadas e os olhos fixos na dança hipnótica das chamas. O silêncio era sombrio e aterrorizante para qualquer um que não fosse aqueles dois desalmados

A floresta da escuridão ao redor parecia respirar, suas sombras se movendo como seres vivos. O silêncio era opressivo, carregado por uma tensão que parecia pronta para explodir a qualquer momento. Nenhum dos dois se atrevia a quebrar o silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos sombrios

Enviada com Meliodas para uma missão confidencial, agora estavam na terra dos outros clãs. Não temia nenhum deles, suas maiores ambições como guerreira era acabar com a Stigma e desmembrar todos os arcanjos. E quem sabe matar aquela deusa que Meliodas tanto estima? Adoraria ver Meliodas perder aquele sorriso arrogante quando visse a deusa morta

Sem aviso, Meliodas ergueu o olhar, seus olhos brilhando à luz da fogueira. Havia uma intensidade em seu olhar macabro que cortava o ar entre vocês como uma lâmina afiada

— O que você está pensando? — Meliodas perguntou calmamente

— Apenas pensando na missão — Respondeu vagamente

— Não acredito que seja apenas isso. Você tem algo mais em mente — Ele riu suavemente, um som que soava mais frio do que qualquer coisa

A tensão no ar aumentou. E você sabia que ele conseguia ver a sede de sangue que brilhou nos seus olhos nublados

— Talvez eu esteja pensando em como seria ver a deusa que você tanto estima morta — Um sorriso sádico enfeitou seu rosto, com um olhar cheio de desejo e luxúria. Conseguiu imaginar o cheiro do sangue da deusa jorrando por sua espada

A expressão de calma de Meliodas se remoeu e ele juntou as sobrancelhas, os lábios dele se tornaram uma linha reta,e você conseguiu ouvir ele estalar os ossos da mandíbula com força

— Oh! Não me diga que a ama? — Perguntou, fingindo um falso choque e riu debochada

— Não gosto que toquem em minhas coisas — Disse possessivo, lançando-lhe um olhar macabro

— Hum, é claro — Soltou uma risadinha divertida, compreendendo a relação dele com ela. Ele se referia a ela como um brinquedo, ou melhor, uma posse

A provocação pairou no ar, e por um momento, o silêncio reinou novamente, quebrado apenas pelo crepitar das chamas. Os olhos de Meliodas nunca deixaram os seus, a intensidade do olhar dele penetrando sua alma

— Tome cuidado com suas palavras — Ele sussurrou, a voz tão baixa que quase se perdeu no crepitar do fogo, mas a ameaça estava clara

— Não tenho medo de você, Meliodas — Respondeu, a voz firme e desafiadora

— Pois deveria, (S/n) — Sussurrou, fazendo você sentir um arrepio pelo corpo

Antes que pudesse responder, Meliodas se levantou lentamente, caminhando em sua direção com passos lentos e deliberados. Ele parou bem à sua frente, tão perto que você podia sentir o calor de seu corpo misturado ao da fogueira

— Você gosta de provocar, não é? — Ele murmurou, um sorriso malicioso se formando em seus lábios — Gosta de testar meus limites

Você tentou manter a compostura, mas o tom de sua voz, baixo e íntimo, fez seu coração acelerar. Meliodas se inclinou, aproximando o rosto do seu, seu hálito quente acariciando sua pele

Abutre Escarlate - Os sete pecados capitaisOnde histórias criam vida. Descubra agora