CAPÍTULO 1

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Já fazia uma semana desde... A Pegadinha, como todos começaram a se referir a ela — diferenciada de todas as outras pegadinhas que eles pregaram ao longo dos anos pela capitalização implícita — e Sirius Black estava em uma missão: fazer Remus perdoá-lo. Até agora o lobisomem conseguiu evitá-lo, mas já era o suficiente. Nada de ruim aconteceu, Snape não estava morto ou transformado, e era hora de todos deixarem isso para trás. Sirius já havia perdido seu lugar no time de Quadribol, quanta punição mais Sirius realmente poderia esperar receber? E, de qualquer forma, ao se isolar assim, Remus estava causando seu próprio sofrimento também.

Com uma última olhada no Mapa do Maroto para ter certeza de que não havia se movido de seu lugar, Sirius saiu para o pátio norte, suas mãos automaticamente subindo para esfregar um pouco de calor em seus braços gelados. Ele avistou Remus imediatamente — uma figura solitária sentada na beirada da fonte congelada, curvada sobre um pergaminho — e tentou se esgueirar até ele, meio com medo de que Remus pudesse fugir se fosse visto. Mesmo sem os sentidos de lobisomem, a neve esmagadora teria denunciado Sirius, e Remus disse, sua voz fria e distante, "Posso ajudar em algo?" quando Sirius ainda estava a vários passos de distância. Remus nem se preocupou em olhar para cima.

"Só estou dando uma olhada no meu Maroto favorito", Sirius disse com um sorriso brilhante que ele forçou a aparecer no rosto.

“James está na biblioteca incomodando Evans.”

“Eu estava falando de você, idiota.”

“Engraçado, eu pensava que tudo o que eu era era apenas um meio para um fim.”

O coração de Sirius fez algo engraçado com essas palavras, e ele se perguntou se era possível um garoto de dezesseis anos ter um ataque cardíaco. "Não diga isso", ele disse; saiu como um tipo de ganido de cachorro. "Não foi assim. Eu não estava pensando. Você sabe o quão estúpido eu posso ser às vezes."

Remus bufou, seus olhos ainda presos no pergaminho. “Oh, eu estou bem ciente disso . ”

Ai. “Desculpa, Moony. Quantas vezes você vai me fazer dizer isso? Vamos lá, você não está começando a sentir falta da minha companhia agora?” Ele deu a Remus seu sorriso mais charmoso. “Com quem mais você vai sair, afinal? Snivellus? ”

Remus ficou em silêncio, e ele enxugou o nariz. Quando ele olhou para cima, havia um sorriso triste em seu rosto. "É, você está certo", ele sussurrou. "Quem mais me aturaria?"

“Rem–”

“Eu te perdôo. Era isso que você queria, certo?” Remus fez um sinal engraçado com a mão que Sirius pensou que ele devia ter pego de sua mãe trouxa. “Vá e não peque mais.”

“Então somos amigos de novo?”

“É, sempre seremos amigos.” Remus não parecia nem de longe tão feliz com isso quanto Sirius. O lobisomem deslizou para fora da fonte, pulou um pouco para sacudir os alfinetes e agulhas, e disse a ele, “Vou te dizer uma coisa: se você quiser me compensar, pode ir até a biblioteca e pegar A Transformação Celestial para mim. Preciso dele para esta redação"

Sirius estava ansioso para obedecer. "Claro, Mestre Remus precisaria de mais alguma coisa," Sirius perguntou em uma voz similar à de monstro, fazendo uma reverência.

Remus revirou os olhos e mudou sua bolsa de lugar. “Você é um bobão. Só o livro, e tente não se meter em nenhuma confusão pelo caminho.”

Sirius fez uma saudação e saiu correndo em direção à biblioteca. Se Remus quisesse um livro, Sirius o pegaria para ele. Ele lhe daria uma biblioteca inteira se ele pedisse.

Ele avistou James imediatamente quando ele abriu a porta da biblioteca pela primeira vez. Assim como Remus disse, ele estava se exibindo para Evans. Lily estava encostada em uma coluna, segurando seus livros contra o peito e encarando James em uma mistura de diversão e desprezo — como se ela não conseguisse decidir se ele era fofo ou irritante. James continuou passando os dedos pelos cabelos, despenteando-os, enquanto contava sua versão da Pegadinha — aquela em que ele, o herói arrojado, salvou Snivellus de ser comido pelo Monstro Sob o Salgueiro Lutador; cuidadosamente editado, é claro, para omitir tanto o papel de Sirius quanto a condição de Remus.

A dívida da morte  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora