CAPÍTULO 14

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Severus estava um pouco embriagado. É por isso que ele achou que era uma ideia esplêndida quando Black sugeriu que eles escalassem o corrimão para um parque.

“Por que não podemos simplesmente passar pelo portão?” Severus perguntou enquanto colocava o pé no berço das mãos de Black.

“Porque,” Black resmungou enquanto o impulsionava para cima. Severus balançou um pouco enquanto escalava a cerca. “Você precisa de uma chave para entrar.”

Severus pousou do outro lado e se abaixou para tirar a neve de suas vestes. “É um parque público. Eles não podem simplesmente trancar as pessoas do lado de fora.”

Black saltou para cima e para baixo em um movimento suave; mesmo através de suas vestes sociais, Severus podia ver o movimento dos músculos afiados por anos balançando o bastão de um batedor. "Se exiba", Severus murmurou, virando o rosto para esconder o rubor crescente.

Black sorriu para ele e esticou os braços acima da cabeça, fazendo um grande show de seu físico enquanto ele 'estalava as costas', ou assim ele alegou. “Mas não é um parque público. Esta parte de Londres é propriedade do Duque de Westminster. Você tem que alugar uma de suas casas para ter acesso a uma chave.”

Eles caminharam penosamente pelo parque; não havia muito para ver, o chão estava coberto de neve e as árvores estavam marrons e sem folhas. Poderia ter sido uma bela primavera quando tudo estava florido, mas no auge do inverno era um vasto e vazio deserto.

Black se animou quando ouviram o som de crianças rindo ecoando pelo parque. Severus seguiu seu olhar e avistou um grupo de crianças — talvez nove, dez anos — revezando-se em trenós descendo uma colina. Sirius saltou até elas, forçando Severus a correr atrás dele.

“Se importa se pegarmos emprestado seu trenó por um momento?” Black perguntou, arrastando as palavras um pouco. As crianças apenas o encararam silenciosamente, com os olhos esbugalhados. Merlin, o que eles devem pensar sendo abordados assim por um adolescente bêbado? “Olha, eu não vou roubá-lo nem nada. Eu só quero uma carona.”

“Você é muito grande”, disse uma garotinha com tranças castanhas saindo de baixo do boné, agarrando-se ao trenó. Ela estava correndo os olhos para cima e para baixo nas vestes extravagantes.

“Oy! Eu não vou quebrá-lo! Vamos, vamos te mostrar como andar de trenó de verdade.”

“ Não faremos tal coisa,” Severus declarou firmemente. “Eu nunca andei de trenó antes.”

Aparentemente, essa foi a coisa errada a se dizer. Severus não gostou do olhar de puro e absoluto deleite se espalhando pelo rosto de Black. “Você está brincando! Bem, agora vocês têm que andar de trenó. Vamos lá, crianças, vocês vão deixá-lo passar a vida inteira sem nunca andar de trenó?”

Foi assim que Severus se viu espremido em um trenó de criança atrás de Black, seus braços em volta da cintura, seus joelhos em algum lugar perto dos cotovelos. Black se contorceu na frente dele, tentando fazer o trenó descer a colina, mas eles eram muito pesados.

“Ok, precisamos de um empurrão!” Black declarou, e Severus deixou sua cabeça cair para frente nas costas de Black quando meia dúzia de vozes irromperam em gritos de, “Empurre! Empurre! Empurre!”

Havia pequenas mãos em todos os lugares: contra suas costas, seus ombros, segurando a borda do trenó perto de suas coxas, e lentamente elas começaram a avançar lentamente ao ritmo do canto, “Empurre! Empurre! Empurre!”

O trenó chegou ao ponto de inflexão. As mãos se soltaram e o trenó começou a deslizar ladeira abaixo, ganhando impulso, e–

Quase imediatamente eles tombaram, pesados e desequilibrados demais para ficarem em pé. Severus grunhiu quando eles caíram de cara na neve; ele estava indo rápido demais para parar e então rolou, cada vez mais rápido até bater em algo macio.

A dívida da morte  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora