CAPÍTULO 4

310 48 5
                                    

"Você pode nos deixar sair aqui.”

Sirius se sacudiu para acordar. A longa viagem de carro se transformou em um silêncio gelado – Lily olhando desconfiada para Snape, Snape mentindo descaradamente e mantendo os olhos fixos na paisagem que passava, e Sirius se espremeu desajeitadamente do outro lado, tentando não atrair muita atenção. O que era difícil por si só; ele é Sirius Black, ele não consegue evitar a atenção que atrai.

O Sr. Evans suspirou ao comando de Snape, mas não o contestou. Ele saiu da estrada ao lado de um parque árido, virou-se no assento e disse a Snape: "Fique longe de problemas, ok? Não quero ouvir sobre você sendo atacado por... por um dragão ou o que quer que seja."

Snape deu-lhe um pequeno sorriso estranho, do tipo que às vezes florescia quando Slughorn lhe fazia algum pequeno elogio na aula.

“Sim, senhor”, disse Snape e o Sr. Evans assentiu com a cabeça em reconhecimento.

“Você vai jantar o Natal com a gente, certo?” Lily perguntou enquanto Snape saía do carro. Sirius rapidamente o seguiu, correndo até o banco de trás para tirar sua mala do porta-malas.

“Não sei, vou ter que falar com minha mãe–”

O rosto bonito de Lily se contorceu em algo sombrio. “Ela não se importa se você come conosco. Você tem ignorado o Natal conosco há anos.”

“Li–”

“Está tudo bem. Não me importo. Divirta-se com Black.”

Ela estendeu a mão e agarrou a porta que Snape ainda segurava. Ela a arrancou das mãos dele e a fechou com força, sem nem se dar ao trabalho de olhar pela janela e acenar adeus.

Sirius soltou um assobio enquanto o carro fazia uma curva em U. "Problemas no paraíso?" James não ficaria vermelho?

“Cale a boca, Black,” Snape rosnou.

"Então, qual é a sua casa?" Sirius assentiu para a fileira de casas que ficavam em frente ao parque. Elas eram um pouco ásperas e gastas pela idade, as fachadas pintadas estavam lascadas e descascando, os portões de ferro fundido um pouco enferrujados. Parecia que já tinha sido um bairro da moda em seu apogeu, o tipo de lugar onde médicos e advogados viveriam. Agora, porém, deve pertencer ao grupo de Snape, pobres trouxas que não podiam nem pagar por vestes adequadas para seu filho.

Snape gargalhou com a pergunta. “Você acha que vai passar o feriado passeando por aqui? Seu pobre e delicado sangue puro. Vamos, pegue sua mala, este lugar é chique demais para gente como nós.”

Sirius gemeu enquanto erguia sua mala. “Você quer dizer que vai nos fazer andar–”

Em questão de segundos, as mãos de dedos longos de Snape agarraram a gola de seu casaco trouxa e o empurraram com força contra uma árvore. Foi apenas por pura surpresa que Snape conseguiu levar vantagem; Snape era bem mais baixo que Sirius, mais magro, definitivamente mais fraco — Sirius passava os dias balançando um bastão de batedor enquanto o nariz anormalmente grande de Snape ficava preso em um livro — e ainda assim Sirius não fez nenhum esforço para se soltar. Ele olhou para Snape em choque enquanto o sonserino se inclinava para perto de seu rosto e sibilava: "Se você contar a alguém sobre minha vida privada, eu vou amaldiçoar seu pau. Entendeu?"

Ele não esperou Sirius responder. Deu-lhe outro empurrão e o soltou, virando-se bruscamente nos calcanhares e descendo a rua. "Bem? Você não vem?" Snape exigiu, zombando por cima do ombro.

Sirius sentiu seu rosto esquentar de raiva e humilhação e... e... "Se você tentar isso de novo, eu vou te estrangular como da última vez, com ou sem dívida de morte."

A dívida da morte  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora