CAPÍTULO 16

267 37 1
                                    

Sirius acordou com um solavanco repentino. Ele agitou os braços, lutando contra uma capa que não o cobria mais. Severus lentamente se sentou enquanto Bellatrix gritava da porta ao lado, "Por que você está gritando, seu elfo idiota!?" Ele balançou as pernas sobre a beirada da cama, devagar e pesadamente. Lá veio Regulus, seus pés trovejando escada abaixo no ritmo dos gritos de monstro. "O que está acontecendo!? Monstro, você está ferido!?"

Sirius parecia cheio de adrenalina, seus olhos selvagens por trás do cabelo emaranhado, e ele estava de pé, correndo, sem questionar o desaparecimento da capa ou da cadeira desaparecida. Não pense, Sirius pensou. Ele saiu do quarto e Severus caminhou atrás dele. Seu rosto era uma máscara vazia. Não sinta, Severus pensou.

A porta do quarto de Lady Black estava escancarada. Monstro estava na soleira, puxando as orelhas, uivando. Bellatrix tinha as costas pressionadas contra a parede mais distante no corredor, encarando o quarto, olhos arregalados, as mãos em volta do próprio pescoço.

Regulus tentou passar por eles, mas Severus o agarrou pelo ombro. “Não.”

Bellatrix virou a cabeça ao som daquela única palavra. " Você ", ela sibilou, avançando furiosamente, parecendo não menos assustadora em sua camisola do que em suas vestes pretas manchadas de sangue. Severus deu um passo para trás, esbarrando em Regulus, mas não era nele que Bellatrix estava interessada.

“Você! Você fez isso! Você matou a Tia Wally! Decidiu se vingar, não é!?” Suas mãos brancas se lançaram para a garganta de Sirius.

“Pare! Solte!” Severus gritou, agarrando-a pelos pulsos enquanto ela continuava a sufocar seu primo.

Sirius tentava arrancar as mãos dela, os pés chutando; Bellatrix mal reagia aos golpes que ele desferia. Ela tinha a força de uma mulher enlouquecida; não sentia dor, nem medo. Suas mãos eram como aço.

“Regulus, ajude!” Severus gritou, mas Regulus não respondeu. Ele tinha ido embora, e monstro também.

Os lábios de Sirius estavam começando a ficar azuis e ele estava fazendo um barulho horrível de gorgolejo. Severus soltou os pulsos de Bellatrix, puxou o punho para trás e deu um soco no rosto de Bellatrix. Ela tropeçou, finalmente soltando Sirius. Enquanto Sirius caía de joelhos, ofegante, Bellatrix conseguiu se endireitar. Ela girou, os dentes à mostra em um rosnado animalesco. "Sangue-ruim do caralho", ela cuspiu e o socou de volta.

Porra, acho que meu nariz está quebrado, Severus pensou através da névoa de dor e do jato de sangue. Como se já não fosse grande o suficiente.

Alguém o estava puxando pelo braço, fazendo-o ficar de pé. Sirius, que ainda estava mortalmente pálido, só conseguiu dizer asperamente: " Corra. " Mas era tarde demais. Nos poucos segundos que levou para se levantar, Bellatrix correu para o quarto e voltou com sua varinha preta e torta, erguendo-a no ar.

“Eu vou te ensinar o seu lugar, sangue-ruim!” Ela gritou. “ Cru– ”

Houve um clarão de luz vermelha e Severus fechou os olhos por instinto, agarrando as mãos de Sirius.

“Ela caiu!” gritou uma voz masculina.

Severus abriu os olhos e piscou. Bellatrix estava deitada de bruços no chão, inconsciente. Havia três homens em vestes vermelhas de Auror circulando-a enquanto eles se aproximavam do corredor. Monstro estava correndo atrás deles, apontando freneticamente para o quarto de Lady Black. “Lá! Lá! A mestre de Monstro! Oh! Oh! Alguém a ajude!”

Um dos Aurores enfiou a cabeça no quarto antes de puxá-la de volta. “Jesus Cristo,” ele sussurrou. “Ela foi decapitada. Que porra está acontecendo nesta casa?”

A dívida da morte  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora