CAPÍTULO 12

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Severus estava de volta a Spinner's End. Estava escuro, e ele estava sozinho.

Ele correu os dedos pela parede, procurando o interruptor de luz. O quarto parecia cavernoso; ele continuou esperando esbarrar no sofá ou na escada, mas não havia nada além de um vazio sem fim. Enquanto procurava entre as costuras do papel de parede, ele ouviu uma cadeira sendo empurrada e uma voz masculina dizendo, arrastada pela bebida, "Onde você se meteu, garoto?"

Severus congelou. Havia algo lá fora na escuridão, esperando por ele.

“Ei,” uma voz sussurrou e das sombras surgiu uma mão. Ela agarrou seu pulso e o puxou, cada vez mais para dentro da casa, para longe do monstro. “Vai ficar tudo bem,” a voz disse e por algum motivo Severus confiou nela.

“Sirius?” Severus sussurrou turvo, seus olhos se abrindo apenas um pouco quando algo o sacudiu e o acordou. Ele estava enrolado em um monte de cobertores e travesseiros, bem longe de Cokeworth. Ele estava seguro.

Black parou de sacudi-lo, mas manteve a mão em seu ombro. Severus tentou olhar em seu rosto, mas estava muito escuro. Tudo o que ele conseguia distinguir era o contorno de seu corpo, enrolado em um cobertor, e longos cachos emaranhados. "Você estava tendo um pesadelo."

Ele estava? Como Black saberia disso? Ele dormia um andar inteiro acima dele. “O que você está fazendo aqui?” Ele sussurrou.

“Eu–” Black hesitou e sua mão deixou seu ombro. “Eu ouvi você gritando. Você quase acordou a casa inteira.”

Gritando? Severus franziu a testa; o quarto de Lady Black ficava no mesmo andar que o dele. Certamente, se ele estivesse gritando, ela teria ouvido muito antes do filho. Mas Severus apenas disse: "obrigado".

“De nada.” Ele esperava que Black fosse embora então, seu dever cumprido, mas ele ficou onde estava, trocando de um pé para o outro. “Você quer que eu fique até você voltar a dormir?”

Severus corou; ele não era uma criança. “Você não precisa–”

“Eu não me importo!” Black respondeu rapidamente e correu para a cadeira que estava ao lado da lareira. O fogo já tinha morrido e havia apenas algumas brasas suavemente brilhantes. Black se enrolou nela, parecendo extremamente confortável enrolado em seu cobertor. “Boa noite!”

Severus estava atordoado demais — e cansado demais — para se preocupar muito com o comportamento estranho de Black. Ele deixou a cabeça cair de volta no travesseiro e adormeceu, mais fácil agora que sabia que tinha alguém para cuidar dele.

De manhã, quando Severus acordou, ele descobriu que Black tinha ido embora. Ele tentou não sentir nenhuma decepção; não era como se Black fosse ficar sentado na cadeira a noite toda, isso seria ridículo. Severus olhou para o relógio em cima da lareira. Ainda era um pouco cedo, embora ele suspeitasse que Kreacher os chamaria para o café da manhã em breve. Black provavelmente estaria em seu quarto.

De repente, ocorreu-lhe que ainda não tinha visto onde Black dormia, e ele imaginou que agora era uma hora tão boa quanto qualquer outra. Ele rolou para fora da cama e se vestiu, apenas se preocupando em passar os dedos pelos cabelos em vez de escová-los adequadamente. Ao sair, ele podia ouvir vozes vindas da porta que ele sabia que levava ao quarto de Lady Black.

Ele reconheceu a voz de Lady Black imediatamente, mas não conseguiu identificar o homem com quem ela estava falando. Era o evasivo Orion Black? Severus sabia que era errado; ele já tinha sido repreendido por isso muitas vezes antes em Hogwarts, e os Marotos eram sempre uns pequenos bastardos cruéis sempre que o pegavam espionando, mas ainda assim... Severus se esgueirou silenciosamente para frente e colocou seu ouvido contra a porta.

A dívida da morte  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora