CAPÍTULO 5

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Por um momento é como se o mundo inteiro tivesse parado, congelando no lugar enquanto esse gigante de homem entrava na casa e fechava a porta atrás de si. Sirius só pode ficar ali parado, impotente, preso entre Snape e sua mãe, e o homem que deve ser seu pai.

Bem, foda-se. Sirius andou para frente, estendeu a mão e disse: "Oi, eu sou Sirius Black. S-Sev me convidou para ficar no feriado."

Uma sobrancelha escura se ergueu em uma expressão tão distintamente Snapeish que Sirius teve que reprimir uma risadinha. O Sr. Snape pegou sua mão e a apertou com um puxão firme. "Onde diabos estão seus sapatos?"

“Oh, uh…” Sirius olhou para seus pés de meia. “Parece que os perdi?”

O Sr. Snape bufou e com um rápido olhar para o resto dele — o casaco caro, a sujeira manchando os joelhos de suas calças, os flocos de sangue seco ainda grudados em seu lábio superior — disse a ele tudo o que ele precisava saber. "Isso às vezes acontece por aqui." Seus olhos azuis claros se voltaram para seu filho. "Se importa em me dizer o que você acha que está fazendo?"

Snape levantou a cabeça desafiadoramente, ainda segurando seu prêmio. “A energia acabou.”

"Eu posso ver isso."

“Vou garantir que a conta seja paga.”

“O escritório está fechado. Não vai ser pago hoje à noite. Cuidarei disso amanhã de manhã.” O Sr. Snape estendeu a mão e seu filho hesitou, apertando as notas amassadas firmemente contra o peito por um momento, antes de dar um passo à frente, melancolicamente, e colocá-las na mão do pai.

O Sr. Snape colocou o dinheiro no bolso e sorriu novamente. “Não adianta ficar sentado aqui no escuro. Vamos sair para comer.”

“Excelente! Deixe-me trocar de roupa!”, disse a esposa do Sr. Snape e começou a subir as escadas. Seu filho, no entanto, imediatamente protestou, “Tenho sopa no fogão–”

"E quem quer alguma coisa disso?", o Sr. Snape comentou ironicamente, o que fez Sirius não conseguir deixar de rir.

Snape parecia ter acabado de chupar um limão. “Precisamos pagar a conta de luz.”

“E será pago.”

“Não se você gastar até o último centavo em refeições requintadas!”

"Eu disse que pagaria amanhã." A voz do Sr. Snape saiu baixa e sombria.

Snape finalmente parou de gritar. Ele voltou para a cozinha e Sirius mais uma vez ouviu as panelas e frigideiras batendo. O barulho era tão alto que ele se perguntou se Snape as estava atirando contra as paredes.

Sirius ficou desajeitadamente parado na sala de estar, sozinho com o Sr. Snape enquanto o homem o olhava de cima a baixo. "Você pode pegar emprestado um velho par de botas de trabalho", ele anunciou e foi até um pequeno armário, tirando um par de botas esfarrapadas com bico de aço. "Experimente essas para ver se servem."

Sirius sentou-se no sofá e as molas quebradas cederam sob seu peso. “Um pouco grande, mas é melhor do que ser muito pequeno.”

O Sr. Snape continuou a observá-lo. Isso fez Sirius se sentir um pouco como um inseto sob um microscópio. “Você estuda hocus pocus naquela escola com meu filho.” Não era uma pergunta, mas sim uma afirmação.

“O termo técnico é 'desorganizado'”, brincou Sirius, provocando uma risada no homem.

O Sr. Snape enfiou a mão no bolso de trás e tirou uma caixa amassada de cigarros. Ele ofereceu um a Sirius antes de pegar um para si.

Claro que Sirius já tinha fumado cigarros antes, sempre que conseguia pôr as mãos neles, e até tinha conseguido roubar alguns charutos do pai do escritório em algumas ocasiões, mas ter o Sr. Snape oferecendo a ele — um garoto de dezesseis anos que ele tinha acabado de conhecer — um cigarro parecia quase ilícito e perigoso. Seu coração deu um pequeno pulo quando ele tirou o cigarro da mão. Isso... isso era legal.

A dívida da morte  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora