CAPÍTULO 15

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"Onde você estava?"

“Em lugar nenhum! Ai! Vai se foder, sua velha bruxa!”

“Pare de mentir para mim. Diga-me onde você foi.”

“Nós acabamos de ir ao Caldeirão Furado! Estávamos fartos de ponche de frutas! PORRA! Para que foi isso? Eu te disse para onde fomos!”

"Com quem você estava?"

“Ninguém! Éramos só eu e Sev!”

“Eu sempre sei quando você está mentindo. Você começa a suar. Isso fede o quarto inteiro.”

“... só para o parque…”

“O parque! Agora, a verdade vem à tona! O que vocês dois estavam fazendo?”

“Estávamos apenas nos divertindo um pouco!”

“O que você estava fazendo que era tão mais divertido do que passar uma tarde em uma festa com seus amigos?”

“Eles não são meus amigos–PAREM! Bolas caídas de Merlin, o que vocês querem de mim!? Vocês já controlam minha vida, o que mais vocês poderiam querer!?”

“Responda minha pergunta, Filho-Meu.”

“Só havia essas crianças idiotas lá! Pegamos emprestado o trenó delas!”

“'Crianças'? Você quer dizer trouxas?”

“É, os trouxas às vezes têm filhos, como o resto do mundo!”

“Oh, eu sei. Eles se reproduzem como vermes.”





Ficou quieto novamente. Eram quase duas da manhã. Severus fechou a porta devagar, tomando cuidado para não fazer barulho. Ele tinha muita prática crescendo em Cokeworth.

Ele se acomodou na cama, até fechou os olhos só por precaução. Depois de uns dez minutos, ele ouviu os passos pesados de Sirius subindo as escadas. Alguns segundos se passaram, e ele ouviu mais dois pares de pés — houve o clique-claque, clique-claque dos saltos altos de Lady Black, e o mais áspero e assertivo thump-click, thump-click das botas de salto; Bellatrix, se Severus tivesse que adivinhar. Os saltos altos ficaram em silêncio quando Lady Black entrou em seu quarto do outro lado do corredor, mas os sons de Bellatrix se movendo continuaram a penetrar nas paredes de painéis. Ela entrou no quarto ao lado do dele, thump-click, thump-click, e houve o barulho de uma cômoda e o gemido das molas da cama. Ela estava cantarolando uma música desafinada. Ele a ouviu se acomodar na cama, e então...

Silêncio.

Severus continuou deitado em sua cama, imaginando quanto tempo deveria esperar quando ouviu Sirius descer as escadas novamente, muito mais silenciosamente dessa vez. Severus manteve os olhos fechados quando a maçaneta girou e a porta foi aberta. Ele pôde sentir Sirius pairando sobre ele por um segundo — para verificar se ele estava realmente dormindo? — e então ele se afastou. Severus pensou ter ouvido sua cadeira de escrivaninha sendo movida e o couro rangendo, antes que ela ficasse quieta novamente.

Severus contou os minutos enquanto eles passavam. Dez minutos, vinte minutos, quase uma hora–

Ele abriu os olhos e sentou-se. Levou um momento para se ajustar à escuridão, mas quando o fez, descobriu que seu quarto estava vazio. Isso era estranho. Ele não tinha ouvido Sirius sair. Para onde ele poderia ter ido?

Severus se levantou e começou a procurar no quarto quando ouviu outro guincho suave e coriáceo. Severus se concentrou na poltrona de couro em frente à lareira. Ele estendeu a mão, puxando-a para trás quando seus dedos entraram em contato com algo frio e sedoso, algo que ele não conseguia ver. A capa da invisibilidade de Potter! Como ele pôde ter esquecido? Ele estendeu a mão novamente e puxou-a, revelando Sirius. Ele estava encolhido na poltrona, os joelhos dobrados, a cabeça apoiada nos braços e dormia profundamente. Ele estava entrando furtivamente em seu quarto para dormir todas as noites?

A dívida da morte  ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora