07 - Presságio - Parte II

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O sol da manhã penetrava pelas barras enferrujadas da cela, espalhando-se em linhas douradas que dançavam sobre a pele nua de Rasmus. Ele se encontrava de pé, o corpo escultural destacando-se na penumbra da prisão. Cada músculo, tenso e definido, parecia esculpido em mármore, refletindo a luz em um jogo de sombras que realçava a perfeição de seu físico.

Os pelos dourados em seus braços e peito brilhavam sob o toque quente dos raios solares, criando um halo quase místico ao redor de sua figura. O peito largo, de músculos bem delineados, subia e descia com uma respiração lenta e controlada. Seus braços, poderosos e veementes, pendiam ao lado do corpo, prontos para a ação. O contorno de suas veias se destacava em relevo, um testemunho da força bruta que ele possuía.

O rosto de Rasmus, banhado pela luz suave, era uma obra de arte em si. As orelhas ligeiramente bonitas, o queixo forte e bem definido, e um nariz reto, conferiam-lhe um ar de nobreza rude. Seus olhos, no entanto, eram a janela de uma alma complexa, brilhando com uma intensidade quase hipnótica. Os cabelos, uma cascata desordenada de fios dourados, caíam-lhe pela testa, conferindo-lhe um ar selvagem e indomável. Ele era jovem, a vitalidade irradiando de cada poro.

Rasmus estava completamente nu, a luz destacando cada contorno de seu corpo atlético. Seu membro, duro e orgulhoso, exibia resquícios de algo branco e espesso, um sinal inconfundível de prazer recente. Ele sorria, um sorriso travesso que sugeria segredos não revelados, mas não havia malícia em seus olhos. Ele não parecia um inimigo, apenas um homem cativo de seus próprios desejos e circunstâncias.

Calum, observando a cena da cela em frente, sentiu um tremor percorrer-lhe o corpo. Seus olhos se arregalaram de surpresa e ele desviou o olhar, a intimidade crua da visão fazendo-o corar. As masmorras frias e escuras tornaram-se ainda mais opressivas com a tensão do momento.

Rasmus, percebendo a reação de Calum, deixou escapar uma risada suave, quase melancólica. "Todo homem que aqui entra, não permanece homem," disse ele, as palavras ressoando na pedra fria das masmorras. A voz dele, embora carregada de tristeza, tinha uma qualidade sedutora, uma profundidade que parecia tocar algo primordial dentro de Calum. Calum sentiu um aperto no peito. As palavras de Rasmus, carregadas de uma verdade amarga, ecoaram em sua mente. A tensão entre eles era palpável, uma corrente elétrica que atravessava o ar frio e úmido das masmorras. Ele levantou os olhos novamente, desta vez encontrando o olhar de Rasmus. Aquele olhar que parecia desafiar a própria escuridão.

O sol continuava sua dança sobre a pele de Rasmus, um espetáculo de luz e sombra que parecia transformar o prisioneiro em uma figura quase divina. Mas ali, nas profundezas das masmorras, a realidade era brutal e implacável, uma prisão não apenas de corpos, mas de almas. E enquanto Calum lutava com seus próprios demônios, a presença de Rasmus, ao mesmo tempo assustadora e fascinante, lançava uma nova luz sobre a escuridão que o cercava.

Rasmus soltou um longo suspiro, pegando um conjunto de roupas surradas que estavam amontoadas no canto da cela. Enquanto se vestia lentamente, os músculos de seu corpo se moviam em um balé de força e graça. Cada movimento era deliberado, quase provocativo, como se ele estivesse ciente do olhar de Calum sobre ele.

Calum, lutando para manter o controle, não pôde evitar de observar. Havia algo hipnótico na maneira como Rasmus deslizava a camisa sobre os ombros, cobrindo a pele dourada e deixando um rastro de mistério no ar. O silêncio entre eles era denso, carregado de significados não ditos e desejos ocultos.

— Você está aqui há muito tempo? — perguntou Calum, sua voz soando frágil no vasto vazio da masmorra.

Rasmus riu suavemente, um som que reverberou pelas paredes de pedra.

Ladar - Sangue & Sacrifício - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora