12 - Reivindique as Feras - Parte Final

5 0 0
                                    

 O quarto está mergulhado em uma penumbra serena, iluminado apenas pela luz suave de uma vela tremeluzente, cuja chama dança ao ritmo das sombras. Os detalhes decorativos ao redor sugerem uma nobreza antiga, com ornamentos de madeira esculpida e tecidos ricos em detalhes. A cama, coberta por lençóis macios e travesseiros volumosos, oferece um refúgio de conforto e tranquilidade. Deitado na cama, o jovem exala uma beleza pura que parece desafiar o próprio tempo. Seus cabelos são de um loiro quase prateado, caindo em suaves ondas que emolduram seu rosto com uma delicadeza angelical. Os fios brilham à luz da vela, como se estivessem imbuídos de um brilho próprio, conferindo-lhe uma aura quase sobrenatural.

Seus olhos, meio fechados em contemplação ou cansaço, são janelas para uma alma profunda e introspectiva. O azul de suas íris é como um lago tranquilo, refletindo uma calmaria serena, mas também uma profundidade insondável. As sobrancelhas delicadamente arqueadas e os cílios longos apenas acentuam essa expressão de melancolia e suavidade. A pele do jovem é clara, quase translúcida, revelando a vulnerabilidade e a pureza de sua juventude. Suas maçãs do rosto são suavemente tingidas por um rubor natural, e seus lábios, ligeiramente entreabertos, possuem uma cor rosada que contrasta com a palidez de seu rosto. Vestido com uma camisa de linho branco, ele parece a personificação da inocência e da graça, com os botões desabotoados revelando um vislumbre de seu pescoço elegante e de seu peito esculpido.

O ambiente ao redor, com suas velas e sombras, parece envolvê-lo em um abraço protetor, destacando ainda mais sua figura delicada e quase nobre. Ele repousa, talvez em um estado de reflexão profunda, talvez à beira de um sonho, mas em qualquer caso, imerso em um momento de rara e intensa beleza. O contraste entre a solidez da mobília antiga e a fragilidade do jovem cria uma cena de sublime equilíbrio, onde cada elemento contribui para uma atmosfera de tranquilidade e reverência.

Neste cenário, o jovem é como um poema vivo, cada linha de seu corpo e expressão contando uma história de serenidade, mistério e uma beleza que toca a alma. O jovem ergue-se lentamente, o movimento gracioso como o de uma folha ao vento, revelando mais de sua figura esbelta e elegante. Ele se inclina para pegar uma taça encrustada de rubis que estava sobre uma mesa ao lado da cama. A luz suave da vela reflete nas pedras preciosas, lançando brilhos carmesins que dançam no ar, enquanto ele leva a taça aos lábios com uma leveza quase ritualística. Ao beber, seus olhos fecham-se momentaneamente, como se o líquido dentro da taça carregasse não apenas sabor, mas memórias e pensamentos profundos. Os rubis da taça contrastam com a palidez de sua pele, criando uma imagem de beleza delicada e ao mesmo tempo intensa. Após um longo gole, ele limpa os lábios com a mão, seus dedos finos e graciosos movendo-se com uma suavidade quase hipnótica. Ele se levanta completamente, os lençóis deslizando de seu corpo como se relutassem em deixá-lo partir. Sua camisa de linho branco, ligeiramente amassada pelo repouso, cai solta sobre seu torso, revelando uma linha esbelta de seu pescoço ao peito. Ele começa a caminhar pelo quarto, seus pés descalços fazendo um leve som abafado contra o chão de madeira.

Enquanto caminha, ele toca os objetos ao seu redor com uma familiaridade suave, os dedos deslizando sobre a superfície polida de uma mesa, o encosto de uma cadeira, a textura rica de uma tapeçaria. Cada toque parece carregar uma intenção, uma lembrança, uma conexão silenciosa com o passado e o presente. Seus passos são lentos e pensativos, e ele parece imerso em um mundo interno de reflexões e sentimentos não ditos. Seus olhos vagam pelo quarto, observando os detalhes com um olhar distante e melancólico. A luz da vela projeta sombras suaves que dançam nas paredes, acompanhando seu movimento como fantasmas. Ele para diante de uma janela, onde a luz da lua filtra-se através das cortinas, iluminando seu rosto com um brilho prateado. Os olhos azuis fitam o horizonte além do vidro, perdidos em pensamentos que parecem tão vastos e profundos quanto a própria noite. O jovem inspira profundamente, sentindo o ar noturno encher seus pulmões, trazendo consigo um frescor que contrasta com o calor suave do quarto. Ele solta o ar devagar, como se cada expiração levasse um fragmento de seus pensamentos melancólicos para o éter. Sua mão, ainda segurando a taça de rubis, desce suavemente ao lado de seu corpo, enquanto a outra mão se apoia no peitoril da janela. Neste momento de contemplação, ele é uma figura solitária, uma alma pensativa em meio à quietude da noite, cada movimento e expressão carregando a poesia silenciosa de uma vida vivida entre sonhos e realidades, entre o efêmero e o eterno.

Ladar - Sangue & Sacrifício - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora