Costa-Ferro já fora um lugar de beleza surreal. Ficava entre montanhas azuis e um rio, construída ainda nos primórdios da civilização dos homens sobre o sul, com ajuda dos elfos. Mas agora, a paz de Costa-Ferro foi gravemente substituída pelo pavor, pois esta bela cidade, a construção mais próxima da fronteira, tornou-se um ponto estratégico do reino. A pequena cidade de Costa-Ferro, no outrora próspero reino de Azaban, agora se encontra em ruínas. As sombras longas das muralhas desmoronadas mal conseguem esconder a devastação que se espalha por toda parte. A neve suja de sangue, corpos e destroços se acumulam em montes macabros, enquanto o fogo lambia os restos das casas que ainda insistiam em arder. O cheiro de carne queimada e o som de gritos agonizantes ecoam pelo ar, misturando-se ao gemido do vento gelado.
No coração da destruição, alguns soldados de Costa-Ferro lutavam desesperadamente, suas espadas tinindo ao encontrar as lâminas dos implacáveis Ashers. A fúria e o desespero se refletiam nos olhos dos defensores, cientes de que cada movimento poderia ser o seu último. As armaduras deles, cobertas de fuligem e sangue, brilhavam fracamente sob a luz trêmula das chamas, enquanto eles bravamente defendiam o que restava de suas vidas e famílias. Em um canto sombrio, uma mulher agarrava seu filho pequeno, tentando protegê-lo dos horrores ao seu redor. Seus olhos fixos na distância, buscando um refúgio que sabia não existir mais. Crianças choravam e gritavam, chamando por pais que jamais retornariam. As ruas, antes cheias de vida, agora estavam repletas de almas perdidas, vagando em busca de uma esperança extinta, como fantasmas do passado.
Os Ashers, os conquistadores implacáveis, moviam-se como sombras assassinas, sua presença inconfundível pela crueldade que deixavam em seu rastro sanguinário. Com risos cruéis, violavam casas, saqueavam tesouros e arrastavam aqueles que consideravam úteis, deixando um rastro de desespero e destruição. No centro da praça principal, um líder Asher, de armadura negra e olhar gélido, empunhava a bandeira negra dos conquistadores. Com um movimento teatral, ele fincou a bandeira no solo ensanguentado, os olhos brilhando com um triunfo sombrio. O estandarte negro, adornado com símbolos de morte e dominação, balançava ao vento, marcando a queda de Costa-Ferro. A bandeira negra dos Ashers, agora imponente, era um símbolo de conquista, de uma vitória macabra sobre um povo que, apesar de lutar bravamente, sucumbiu à brutalidade dos invasores.
Ao redor, os últimos defensores caiam, um a um, engolidos pela maré de violência. Costa-Ferro estava perdida, e o reino de Azaban choraria, assim que soubesse, a queda de mais uma de suas joias. As chamas subiam aos céus, e a noite trazia consigo o silêncio pesado de uma vitória conquistada à custa de incontáveis vidas. Os Ashers, triunfantes, agora dominavam o que restava da cidade, sua bandeira negra uma mancha indelével no coração de Azaban.
Maegros, o Temível, destacava-se entre os seus, uma figura imponente que combinava características humanas e bestiais. Suas penas azul-esverdeadas refletiam a luz das chamas que ainda ardiam pela cidade, conferindo-lhe uma aura quase sobrenatural. Seus olhos, frios e calculistas, varriam o campo de batalha, observando a cena de destruição com uma satisfação sombria. A seus pés, o Senhor de Costa-Ferro, juntamente com sua família, estava de joelhos, cercados pelos Ashers que mantinham as lâminas pressionadas contra suas gargantas. O Senhor, um homem outrora orgulhoso, agora se via reduzido a um símbolo de derrota, seus olhos cheios de dor e desespero, mas ainda sustentando uma centelha de desafio. Sua esposa e filhos, com lágrimas escorrendo por seus rostos sujos de fuligem, tremiam de medo, cientes do destino cruel que os aguardava. Maegros ergueu uma mão, e o silêncio caiu sobre o campo. Seus olhos predadores focaram no Senhor de Costa-Ferro enquanto ele dava um passo à frente, suas penas farfalhando levemente com o movimento. Sua voz, profunda e firme, cortou o ar frio como uma lâmina afiada.
— Vocês, que ousaram desafiar o poder dos Ashers, agora verão o que acontece com aqueles que resistem — disse Maegros, suas palavras impregnadas de uma autoridade incontestável. — Esta cidade é nossa, e com ela, todos vocês perecerão.
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Ladar - Sangue & Sacrifício - CONCLUÍDO
FantasíaSetecentos anos antes de Sangue & Honra. Em um mundo onde a lua ilumina um terreno de trevas e traições, Calum Fireblade emerge das profundezas da Floresta Sufocante. Criado como um simples caçador, o destino o leva a um caminho de sangue e glória q...