12 - Reivindique as Feras - Parte Final

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As gêmeas correndo pela Floresta de Elenria eram um espetáculo fúnebre, seus cabelos brancos como a neve contrastando com a escuridão densa que as cercava. O ar estava úmido, e uma bruma fina dançava ao redor das árvores imponentes, cujos galhos pareciam formar um labirinto sombrio. O som de suas passadas suaves ecoava entre os troncos, enquanto poças de lama espirravam sob seus pés, tingindo os vestidos negros de gotículas marrom. 

O vento soprava levemente, carregando o aroma de terra molhada e folhas em decomposição, misturado com o som distante de criaturas noturnas. As folhas sussurravam segredos antigos, e a escuridão parecia pulsar com se tivesse uma vida própria. As gêmeas, com seus olhos azuis gélidos, mantinham um olhar fixo adiante, movendo-se com uma graça quase sobrenatural. Entre as árvores, elas avistaram o Covil de Nênya, um lugar de beleza assustadora e cativante. O covil era uma caverna adornada com cristais luminosos que irradiavam uma luz suave e prateada, iluminando o caminho diante delas. Vinhas de flores luminescentes caíam das paredes de pedra, criando uma cortina encantadora que ocultava a entrada. Pequenas poças de água cristalina refletiam a luz, parecendo espelhos encantados no chão rochoso. As gêmeas pararam diante do covil, os corações batendo aceleradamente, mas com uma calma determinada no olhar. Elas sabiam que estavam prestes a enfrentar um desafio, mas também sabiam que a força residia na união delas. Dando as mãos, avançaram juntas, adentrando o Covil de Nênya, onde o brilho dos cristais iluminava seus rostos pálidos e resolutos. Dentro do covil, as paredes de pedra eram decoradas com desenhos rupestres, representações de criaturas místicas e batalhas épicas. O ar estava mais fresco e havia um silêncio reverente, quebrado apenas pelo som ocasional de água gotejando de estalactites. O chão era coberto por um tapete de musgo macio, e flores raras desabrochavam nas sombras, suas pétalas emitindo um brilho suave. As gêmeas continuaram, sabendo que estavam se aproximando do coração do covil, onde as feras aguardavam. Apesar do perigo iminente, havia uma beleza indomável naquele lugar, uma prova da dualidade entre luz e escuridão que elas mesmas encarnavam. E, com cada passo, elas sentiam a força crescendo dentro de si, prontas para enfrentar qualquer desafio que Nênya lhes lançasse.

O Covil de Nênya, com toda a sua beleza, era um reflexo da jornada delas: uma mistura de medo e fascinação, de desafios e conquistas. As gêmeas, unidas, estavam preparadas para qualquer coisa que o destino lhes reservasse, sabendo que a verdadeira força residia na união inquebrável entre elas.

As gêmeas, Ely e Elira, adentraram o Covil de Nênya, seus olhos brilhando com a expectativa e a magia que emanava delas. Ao cruzarem a entrada do covil, foram recebidas por uma vastidão verde, onde criaturas de todos os tamanhos e formas se moviam em perfeita harmonia. O som de riachos correndo, o farfalhar das folhas e os murmúrios das criaturas mágicas criavam uma sinfonia natural que enchia o ar. No centro desta vastidão, sobre um promontório de pedra, repousava a criatura mais formidável de todas: o dragão dourado, Nênya, o Rei das Feras. Sua beleza era surreal, com escamas reluzentes que capturavam e refletiam a luz em um espetáculo deslumbrante. Seus olhos dourados, sábios e penetrantes, observaram as gêmeas com uma intensidade que poderia intimidar qualquer um, mas Ely e Elira mantiveram-se firmes. As duas irmãs se aproximaram do dragão, sentindo a majestade e o poder que emanavam dele. Elara foi a primeira a falar, sua voz clara e respeitosa.

— Grande Nênya, Rei das Feras, viemos em nome do Prometido. A guerra se aproxima, e precisamos da sua força e da de todos os seus súditos.

Nênya inclinou a cabeça levemente, seus olhos dourados fixos nas gêmeas.

— O Prometido, aquele que nos convocará para a batalha final. As sombras crescem, e sabemos que o momento se aproxima. Mas por que deveríamos confiar novamente nos humanos?

Antes que Elira pudesse responder, um grifo imponente interrompeu, suas asas batendo com força.

— Nós fomos traídos antes! Por que deveríamos nos unir a eles agora? — seu grito ressoou pelo covil, ecoando entre as árvores e os riachos.

Ladar - Sangue & Sacrifício - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora