07 - Presságio - Parte IV

21 3 17
                                    

Calum abriu os olhos e encontrou-se em um jardim, seu rosto tocando a grama verde que brotava do chão. Estava nu, sem roupas, e sua pele brilhava como se estrelas nascessem de seu corpo. Cada passo que dava era sereno e tranquilo. À sua frente, erguia-se um castelo resplandecente, como se esculpido na própria essência de uma estrela. Pomares exuberantes se espalhavam ao redor, suas árvores entrelaçadas, carregando frutos que lembravam maçãs, porém com uma cor prateada. As folhas dessas árvores eram de ouro, e os frutos brilhavam intensamente.

De repente, um brilho dourado irradiou de uma figura feminina. Calum ergueu o olhar e viu uma mulher deslumbrante. Seus longos cabelos prateados caíam em cascata até a cintura, ondulando como as marés de um oceano ao luar. Ela usava um vestido branco, delicado e brilhante, que parecia feito de luz. Sua pele era alva como a neve, e seus olhos refletiam a profundidade do céu noturno. A mulher exalava uma aura de serenidade e poder, sua presença tão magnífica que parecia incorporar a própria essência do mundo ao redor. Ao vê-la, Calum sentiu um misto de reverência e maravilhamento, seu coração batendo em um ritmo harmonioso com o ambiente mágico.

Ele sabia, de alguma forma, que estava em um lugar sagrado, um sonho tecido pelos próprios fios do universo. Cada detalhe ao seu redor era perfeito, como se a própria realidade tivesse sido elevada a um estado sublime. E, no centro de tudo, estava ela, a mulher cujo brilho dourado iluminava o jardim e o coração de Calum.

A mulher segurava uma cesta dourada em suas mãos delicadas, colhendo os frutos prateados das árvores com movimentos graciosos. Seus olhos estavam atentos, observando cada detalhe das árvores, mas, de repente, Calum sentiu uma presença dentro de sua mente. A voz dela era suave, serena e calma, como um bálsamo para todas as suas feridas.

— Você está seguro aqui, Calum — a voz ecoou em sua mente, trazendo um alívio indescritível.

Ela se virou lentamente, seus olhos encontrando os de Calum. Um olhar profundo e cheio de mistério que parecia penetrar sua alma. Cada passo que ela dava em sua direção era leve, como se flutuasse sobre a grama. Quando chegou até ele, a mulher ergueu uma mão e tocou suavemente seu rosto. Calum sentiu um calor reconfortante se espalhar de onde ela o tocava, uma sensação de paz que ele nunca havia experimentado antes. Uma lágrima solitária deslizou pelo rosto do rapaz, brilhando como uma pequena estrela sob a luz dourada que emanava dela. A estranha observou a lágrima com ternura e falou, desta vez em voz alta, mas ainda assim telepaticamente, suas palavras ecoando na mente de Calum como uma melodia no vazio.

— Calum, você foi trazido aqui por uma razão. Este lugar é um reflexo da sua alma, das suas esperanças e medos. Eu sou a guardiã deste jardim, e estou aqui para guiá-lo.

Calum olhou para ela, seus olhos cheios de perguntas e uma profunda sensação de admiração. Ele sentiu que podia confiar nela, que sua presença era uma benção em um mundo de incertezas.

— Quem é você? — Calum finalmente perguntou, sua voz tremendo ligeiramente.

— Eu sou Elara — ela respondeu, seus olhos nunca desviando dos dele. — Sou uma guardiã dos sonhos e do coração. Estou aqui para ajudá-lo a encontrar o caminho, a entender os segredos escondidos dentro de você.

Calum respirou fundo, sentindo uma conexão crescente com Elara.

— Por que eu? Por que estou aqui?

Ela sorriu, um sorriso cheio de sabedoria e compaixão. — Porque, Calum, você é especial. Dentro de você, há uma luz que pode transformar o mundo. Este é apenas o começo de sua jornada. Eu estou aqui para ajudá-lo a ver o que você sempre teve dentro de si.

Ela pegou um dos frutos prateados da cesta e ofereceu a Calum.

— Coma, e você verá mais claramente. Este fruto é um presente, uma visão do que pode ser.

Ladar - Sangue & Sacrifício - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora