𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐞 𝐦𝐞 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨

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❝𝗝𝘂𝗿𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗻𝗮̃𝗼 𝘃𝗼𝘂 𝘁𝗼𝗰𝗮́-𝗹𝗮

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❝𝗝𝘂𝗿𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗻𝗮̃𝗼 𝘃𝗼𝘂 𝘁𝗼𝗰𝗮́-𝗹𝗮.❞

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Eu me agarrei ao abraço da senhora K. Como se minha vida dependesse disso. Os soluços saíam sem controle, cada lágrima trazendo à tona um pouco mais da dor. Ela continuou a me segurar firme, sem dizer nada, apenas permitindo que eu chorasse, que liberasse o que estava preso dentro em mim.

Eventualmente, meus soluços começaram a diminuir, tornando-se suspiros. Minha respiração, antes irregular e difícil, começou a se estabilizar.

A senhora K. se afastou ligeiramente, mas manteve suas mãos em meus ombros, olhando diretamente nos meus olhos.

— Você quer se limpar? Tirar a poeira do chão do corpo? — ela perguntou suavemente, sua voz ainda mais suave.

Fico em silêncio, mal tendo capacidade de olhar para o meu corpo. Sinto como se meus membros não fossem meus. As memórias das mãos em mim são como um carimbo.

Sinto minha pele nua sobre o chão frio e, automaticamente, olho para baixo. Estou completamente despida, meus braços ostentam vergões escuros, marcas de dedos.

Me encolho, como se fosse possível esconder meu corpo em um casulo.

— Você..você pode me ajudar? — Peço mal segurando a vontade de chorar.

Eu não queria que mais alguém me tocasse, não queria ser mais exposta. Não queria ter que sentir o contato de outra pessoa sobre meu corpo. Mas o que poderia fazer além de aceitar a ajuda da única pessoa que estava ali?

Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto tentava engolir o choro. Cada fibra do meu ser gritava por proteção, por algum tipo de refúgio.

A senhora K. se aproximou lentamente, seus movimentos eram cuidadosos, como se temesse que qualquer gesto brusco pudesse me despedaçar ainda mais.

— Juro que não vou tocá-la  — ela disse, sua voz carregada de uma ternura que parecia quase palpável.

Choro com suas palavras.

Ela tirou a jaqueta que eu nem percebi inicialmente que usava e, com a suavidade de uma brisa, a envolveu ao redor do meu corpo nu. A sensação do tecido quente contra minha pele fria foi reconfortante.

— Você pode se levantar? — ela perguntou, mantendo a voz baixa e calma, como se estivesse falando com uma criança assustada.

Eu assenti. Com sua ajuda, consegui me levantar, minhas pernas trêmulas de cansaço.

Ela não fica perto de mim, suas mãos estão distantes do meu corpo, e isso me acalma.

Porém, quando tento firmar o peso do meu corpo sobre os pés, quase caio. A ardência me pega de surpresa. Sibilei de dor.

𝑪𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒂𝒎𝒐𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora