𝐎𝐫𝐚𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬

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❝ 𝗖𝗮𝗱𝗮 𝗹𝗮́𝗴𝗿𝗶𝗺𝗮, 𝗰𝗮𝗱𝗮 𝗴𝗼𝗹𝗽𝗲, 𝘁𝘂𝗱𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗲𝗰𝗶𝗮 𝘀𝗲𝗿 𝗶𝗴𝗻𝗼𝗿𝗮𝗱𝗼 𝗽𝗼𝗿 𝗗𝗲𝘂𝘀

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❝ 𝗖𝗮𝗱𝗮 𝗹𝗮́𝗴𝗿𝗶𝗺𝗮, 𝗰𝗮𝗱𝗮 𝗴𝗼𝗹𝗽𝗲, 𝘁𝘂𝗱𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗲𝗰𝗶𝗮 𝘀𝗲𝗿 𝗶𝗴𝗻𝗼𝗿𝗮𝗱𝗼 𝗽𝗼𝗿 𝗗𝗲𝘂𝘀. ❞

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Eu olho para o cartão em minhas mãos. A presença da mulher era tão imponente que, por alguns minutos, esqueci a gravidade que estava. Ainda posso sentir o peso do seu olhar fixo em mim, mesmo despois dela ter ido embora.

Respiro fundo e decido ficar mais um tempo na cafeteria. Aquele ambiente sempre foi meu refúgio, um lugar onde podia me esconder do mundo, mesmo que por alguns momentos. Tomo mais um gole do meu café, sentindo o gosto amargo se espalhar pelo meu corpo.

Tento me acalmar, mas as palavras de K ainda ecoam na minha mente. Ela prometeu me ajudar, mas também deixou claro que devo tomar cuidado.

Olho para o relógio. Já passou meia hora desde que a mulher saiu. Resolvo enviar uma mensagem para única amiga que sei que pode me aceitar em sua casa, Clara. Pergunto se posso passar alguns dias na casa dela. Clara sempre foi compreensiva e sei que não faria perguntas desnecessárias.

Enquanto espero pela resposta, a porta da cafeteria se abre novamente. Instintivamente, levanto a cabeça, mas dessa vez é apenas um grupo de adolescentes rindo e conversando animadamente. Sinto um leve peso no peito. O ambiente agitado de repente me parece opressor.

Finalmente, meu celular vibra com a resposta de Clara:

"Claro, Sofia! Pode vir quando quiser."

Um alívio imediato toma conta de mim, e decido que é hora de ir. Pego minha bolsa, deixo o dinheiro para pagar a conta e saio da cafeteria.

As ruas de Beverly Hills estão agitadas. A multidão parece se mover em câmera lenta, e o barulho do trânsito me deixa ainda mais nervosa. Tento me concentrar na mensagem de Clara. Saber que posso ficar na casa dela me dá um pouco de alívio.

Nunca pensei que meu ex poderia tentar me... estuprar. E se ele tivesse feito isso?

O pensamento me dá náuseas. Lembro de todos os toques dele durante essa semana. Os abraços demorados, os beijos forçados.

Enquanto ando, distraída e com a mente ainda presa nas palavras da mulher, o som abrupto do meu celular me faz pular, e meu coração acelera.

Olho para a tela e sinto um frio na espinha ao ver o nome dele. Minhas mãos começam a tremer, e as lágrimas ameaçam cair.

Respiro fundo e atendo, tentando não deixar meu medo transparecer.

— Oi, princesa — a voz dele é áspera e familiar.

Odeio quando ele me chama assim.

— O que você quer? — consigo murmurar, minha voz trêmula.

— Não é assim que se fala com o seu namorado, não acha? — ele rebate com um tom que me dá arrepios. — Onde você está? Eu te mandei mensagem a manhã toda e você não respondeu.

𝑪𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒂𝒎𝒐𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora