𝐄𝐮 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐯𝐨𝐜𝐞̂

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❝ 𝗘𝘂 𝗾𝘂𝗲𝗿𝗼 𝗰𝘂𝗶𝗱𝗮𝗿 𝗱𝗲 𝘃𝗼𝗰𝗲̂

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❝ 𝗘𝘂 𝗾𝘂𝗲𝗿𝗼 𝗰𝘂𝗶𝗱𝗮𝗿 𝗱𝗲 𝘃𝗼𝗰𝗲̂.❞

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Eu estava sentada na cadeira acolchoada do escritório, as mãos agarrando com força as mangas do meu moletom. Minha cabeça estava baixa, meus ombros curvados, tentando fazer com que meu corpo ocupasse o menor espaço possível..

Elena estava ao meu lado, silenciosa, o olhar atento fixo em mim como se tentasse ler meus pensamentos.

De frente para mim, sentada em uma poltrona de couro, estava a médica que Elena, de alguma forma, conseguiu chamar. Eu não sei como ela fez isso tão rápido. Quem é que tem uma ginecologista à disposição assim? Mas, pelo jeito, Elena consegue coisas que eu nem imaginaria.

A médica era uma mulher de meia-idade, com um semblante sério e profissional, o tipo que você espera de alguém que lida com emergências constantemente.

Ela falava em um tom calmo, mas claro.

— Aqui está a pílula, Sofia. E vou prescrever também alguns remédios para prevenção de DSTs, por precaução — ela disse, estendendo-me uma pequena embalagem.

Minha mão tremeu quando peguei o comprimido, e eu o segurei com força, sentindo o plástico frio contra a palma da minha mão suada. Eu ainda estava processando o que havia acontecido momentos antes.

A médica havia tocado em mim, feito alguns exames. Minhas pernas ainda estavam levemente trêmulas da experiência, meu corpo estava tenso.

Ela havia dito, antes de começar o exame, que precisaria verificar possíveis lesões internas e coletar amostras. A ideia de ser tocada, mesmo por uma médica, me fazia querer desaparecer. Mas eu não me neguei, deixei que ela prosseguisse sem reclamar.

— Durante o exame, não encontrei vestígios de sêmen em seu corpo — a médica disse, seu tom ainda calmo, mas direto. — Isso é um bom sinal. Ainda é importante que você tome a pílula do dia seguinte, por precaução, mas é improvável que você esteja grávida.

Eu senti um alívio imediato.

A médica prosseguiu, anotando algo no bloco de receitas.

— Vou te dar uma receita para os antibióticos e algumas vacinas preventivas que você deve tomar no hospital. Você pode providenciar isso com seu médico de confiança, ou posso te indicar alguém — ela continuou, sem desviar o olhar dos papéis à sua frente.

Elena estava quieta ao meu lado, seu olhar pesado, mas sem interferir, deixando que eu tivesse o controle sobre o que queria

— Tem mais alguma coisa que você gostaria de discutir ou perguntar? — A médica perguntou, virando sua atenção completamente para mim.

Eu engoli em seco, sentindo um nó na garganta. Não queria falar, mas... as noites estavam sendo tão insuportáveis. Olhei para as minhas mãos e depois para a médica.

𝑪𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒂𝒎𝒐𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora