𝐃𝐞𝐬𝐜𝐚𝐧𝐬𝐞

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❝ 𝗘𝘀𝘁𝗮́ 𝘁𝘂𝗱𝗼 𝗯𝗲𝗺 ❞

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❝ 𝗘𝘀𝘁𝗮́ 𝘁𝘂𝗱𝗼 𝗯𝗲𝗺 ❞

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Quando acordei na manhã seguinte, o quarto estava banhado pela luz suave do sol que penetrava pelas cortinas da janela. Pisquei várias vezes, ajustando-me à claridade, e fiquei um tempo olhando para o teto, ouvindo o som dos galhos balançando lá fora, como se a natureza estivesse sussurrando.

Suspirei profundamente, sentindo meu estômago protestar de fome, já que não jantei na noite anterior.

Com extremo cuidado, levantei-me, apoiando as mãos na cama. Meu corpo estava pesado, como se cada movimento exigisse mais força do que eu tinha. Sentei-me na beirada da cama, e a coberta que me envolvia escorregou para o chão, formando uma pequena montanha de tecido ao meu lado.

Não sei ao certo quando Elena saiu do quarto após o meu pesadelo. A única coisa de que me lembro é que, mesmo depois de finalmente relaxar e adormecer, ainda podia sentir sua presença por perto. O peso da sua mão nas minhas costas era como um toque fantasma, persistindo suavemente, mesmo enquanto o sono me envolvia.

Fiquei alguns minutos ali, sentada, olhando pela janela e observando o feixe de luz que atravessava as cortinas, cortando a penumbra do quarto. Quando senti que meus pensamentos estavam, aos poucos, se dissipando, decidi me levantar. A primeira coisa que notei foi o frio do chão contra a sola do meu pé, seguido de uma pontada aguda no meu pé machucado.

Soltei um resmungo ao olhar para o ferimento. A bandagem estava manchada de sangue seco e o corte parecia pior do que antes. Engoli em seco.

Com toda a calma que consegui reunir, caminhei em direção à porta e comecei a vagar pelo corredor. A casa estava estranhamente silenciosa.

Caminhei lentamente pelo corredor, com as mãos apoiadas nas paredes para me equilibrar, até finalmente chegar à entrada da cozinha. A primeira coisa que vi foi uma figura magra, de costas para mim, em frente à pia. Sua silhueta estava recortada contra as janelas, por onde a claridade entrava, criando um halo ao redor do seu corpo.

— Sente-se — ela disse sem sequer se virar para me encarar, indicando uma das cadeiras do balcão à sua frente. — Já estou terminando.

Suspirei suavemente enquanto me sentava na cadeira indicada, apoiando os braços no balcão e deitando a cabeça, observando tudo ao meu redor.

As paredes da cozinha eram revestidas com painéis de alumínio brilhante, refletindo a luz de forma quase ofuscante. Elena estava com um avental amarrado ao pescoço, a cabeça baixa, cortando algo lentamente com uma faca afiada. O som rítmico da lâmina contra a tábua de corte e o crepitar do que cozinhava no fogão preenchiam o espaço. O cheiro de torrada queimada pairava no ar.

— Você sabe cozinhar? — perguntei de repente, observando seus movimentos com curiosidade.

Elena parou por um momento, mas não se virou.

𝑪𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒂𝒎𝒐𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora