Capítulo 10: Olá, me chamo... Lauren

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— Então, esse é o seu currículo...

Jamal Fields, o barista e subgerente da cafeteria Funky's House, curvou o seu tronco sobre o balcão para conseguir ler o nome escrito no topo da folha.

— Lauren! — Me apressei para relembrá-lo. — Lauren Jauregui. E, sim, está tudo aí!

Certo, não era bem o meu currículo, mas, sim, uma versão "melhorada" dele. Digamos que a vovó era especialista nessas coisas, porque sempre alterava os currículos dela de acordo com o emprego que ela queria. Foi assim que Harriet arranjou o seu atual cargo como analista de vendas — mesmo sem ter experiência alguma na área — e reza a lenda que, nos anos noventa, ela quase entrou para a NASA. O que a impediu foi a sua aparição bêbada em uma das entrevistas ou algo assim...

Sabendo disso, implorei pela ajuda da mais velha, na qual deu alguns "retoques" no documento, incrementando — lê-se "claramente inventando" — referências, como:

O melhor café da Casa Branca!
- Barack Obama

Um chá de pêssego inspirador!
- Greta Gerwig

Eu nunca visitei Washington, muito menos convivi com uma diretora de filmes hollywoodianos, porém, Harriet afirmou que seria bom para o meu currículo ter trabalhado com gente renomada. E eu resolvi apostar todas as minhas fichas nessa vaga quando li a placa de "contrata-se" pendurada na porta da cafeteria.

— Certo, Lauren, passa aqui depois da aula 'pra fazer um teste. Sem remuneração, entendeu? — Sacudi a cabeça positivamente e Jamal prosseguiu: — Lily-Ann, — Ele indicou a menina de cabelos rosas desenhando o "prato do dia" num pequeno quadro negro. — Irá te auxiliar, e eu também vou. Caso tudo saia nos conformes, a vaga é sua.

— Muito obrigada, Jamal! — Não tinha palavras para agradecer a sua generosidade. Ou, sei lá, piedade de mim. — Eu prometo que estarei aqui quando sair da escola.

— Por favor, me chame de Mestre Jamal. — Pediu, sério, e eu quis me jogar de uma ponte por já ter começado com o pé esquerdo nesse emprego.

— D-desculpa, eu não sabia...

Gaguejei, tentando consertar o erro.

— Para de ser um cuzão com a novata! — A garçonete chegou, abraçando-me pelos ombros. — Ele 'tá zoando com a sua cara.

— Foi mal! — O barista ergueu as mãos, caindo na risada. — Sério, Lauren? Mestre Jamal? Eu sou o que, o Yoda?

— Você se parece com ele, na verdade.

— Fica quieta, Lily!

O clima divertido entre os dois fez com que a Funky's House soasse como uma ocupação legal. Eu trabalharia no período da tarde, quatro horas por dia, e, durante o meu expediente, seria a "garçonete-faz-tudo" do estabelecimento; tinha que anotar os pedidos, limpar as mesas, esfregar o chão, lidar com a máquina de café e essas coisas. Não me parecia tão difícil! Poderia aguentar um pouco de velhotes exigentes e trabalhos braçais. Era um esforço justo para se ganhar quatrocentos dólares!

Golden State. (Revised)Onde histórias criam vida. Descubra agora