Capítulo 19: Afterglow

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— Chega de discutir, por favor. Já está de bom tamanho, ok? — Pedi baixinho, segurando os seus ombros. — Vamos embora...

— Vamos mesmo. Eu não vou ficar aqui olhando 'pra essa menina.

Assentiu com a cabeça, encolhendo os ombros, e eu retirei a minha jaqueta para cobri-los com a peça.

— Ah, só mais uma coisa... — Camila parou de andar quando passamos ao lado da minha ex-namorada. — Você tem razão, a Lauren é mesmo boa no que faz. Uma pena que tenha desperdiçado tanto tempo com alguém que, claramente, não é. — A encarou de cima a baixo, sorrindo. — Ainda bem que, agora, ela encontrou uma garota 'pra aproveitar de verdade.

Holly ficou com a maior cara de tacho do mundo, e eu não entendi porra nenhuma, mas também gostei do elogio, né...

    

   


— Lauren, pega. — Camila me estendeu as chaves do seu carro. — Pode dirigir 'pra gente?

— O quê? — Franzi o cenho, segurando as chaves enquanto encarava aquele chaveiro felpudo de pompom. — Camz, eu não tenho carteira.

— Como assim, você não tem carteira? — Me fitou com estranheza.

— Cabello, eu sou pobre, e o carro da minha mãe é 'pro trabalho e fica mais tempo na oficina do que lá em casa. Por que eu tiraria a carteira agora? É desperdício de dinheiro. — Expliquei, sabendo que nenhuma das minhas palavras encaixaria direito na cabeça dela. Camila nunca economizou para ter nada; vai ver, mal sabia que precisava pagar pela carteira de motorista. Se bem que, pelo jeito como ela estaciona aquela picape, acho que o Alejandro pagou bastante pela carteira dela... — Você bebeu na festa?

— Sim, e também... comi uma coisa. — Admitiu, retirando a minha jaqueta de cima dos seus ombros e vestindo-a da maneira correta. — Era um brownie batizado. O Trent ofereceu, e eu pensei que não faria mal, então comi um pedaço e..

— Espera, brownie batizado? — Tive que interrompê-la, erguendo a mão em um sinal de "pare". — Você quer dizer, com maconha?

— Sim, Lauren, com maconha. E é muito ruim! Tipo, uma droga.

— Literalmente, né? — Ri comigo mesma e acabei ganhando um tapa como resposta. — Ouch, Camila?

— Jauregui, é sério! Eu comi o brownie e tomei, sei lá, acho que era chá gelado com vodca. Não sabia que você não tinha carteira. — Enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta, balançando os ombros. Porra, chá gelado com vodca? É esse o drinque das Patricinhas de Beverly Hills? — Você não sabe mesmo dirigir?

— Eu até sei, mas a minha instrutora foi a Vovó Harriet, ou seja, nós acabaríamos em perigo do mesmo jeito. Tenho quase certeza de que ela estava chapada quando tirou a carteira dela. E talvez quando me deu as aulas... — Neguei com a cabeça ao lembrar da história. A vida da minha avó foi movimentada nos anos... bem, em todos os anos. — Quem diria que a princesa-herdeira usa substâncias ilícitas?

— Ah, claro. A senhorita-não-tomo-álcool também nunca experimentou nada ilícito. — Camila zombou. — Eu não uso drogas, Jauregui. Arruinaria a minha skincare, e não tem nada que eu leve mais a sério do que a minha pele.

Eu até riria com esse comentário, mas sabia que ela não estava brincando.

— Nunca experimentei e nem preciso experimentar. Eu quero ser uma atleta de alto rendimento, não vou ficar enchendo a cara ou me drogando por aí. Além dessas coisas definitivamente não terem espaço na minha vida. — Soltei um suspiro baixo. — E faço testes toxicológicos toda hora por causa das competições.

Golden State. (Revised)Onde histórias criam vida. Descubra agora