06• TODOS SAUDEM A RAINHA

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"Eles vão me chamar, me chamar
Eles vão me chamar de realeza
Melhor me dar sua lealdade
Porque eu estou conquistando o mundo, você verá"

- Royalty, Neoni.

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Eu achei que fosse sentir algo diferente de imediato, assim que a coroa dourada com um sol no meio, adornada por flores de ouro reluzentes a luz do pôr do sol, foi posta sobre minha cabeça, um brilho celestial alaranjado como o entardecer emanava da minha coroa, com os dizeres ela é a escolhida pelas deusas. Aos meus pés estavam todos os residentes de Penumbra, numa cerimônia simples a seu ponto de vista. Mas ao meu era tudo muito deslumbrante, diferente de como havia imaginado a algum tempo.

Eu sempre pensei que fosse acontecer dento do meu palácio em Tetundhra, com meus pais ao meu lado, um a direita e outro a esquerda, meus irmãos sentados na primeira fileira, Grace toda trabalhada em sua graça e beleza pura. Os gêmeos se segurando para permanecerem quietos enquanto o clero trazia a coroa de brilhantes posta numa almofada vermelho de cetim, e na outra mão segurando um cajado de ouro com cetro também vermelho.

As fadas ovacionavam, os elfos faziam cara feia, os híbridos festejavam, e as sereias e tritões erguiam seus tridentes. O sol se punha num emaranhado de amarelo rosa e laranja para um azul claro misturado com roxo e preto, a brisa vinha com um aroma de lírios, a flor mais perfumada da estação que se inicia neste momento. A princípio achei que seria mais formidável conceder a coroa durante o solstício de verão ou primavera, onde todas as flores estão em seu ápice, e ainda resta um tanto de calor. Mas eu preciso estra em constante reflexão e me lembrar de que sou agora a rainha do sol, eu posso deixar o clima como eu bem entender e se eu quiser que faça calor no inverno, irá fazer.

No meu palácio a decoração seria toda inspirada na natureza e repleta de tons dourados, minha mãe dizia que é a cor que combina com meus olhos. Quando pequena, meus kirtles eram todos amarelos ou alaranjados, sempre buscando puxar o mesmo tom inspirado no pôr do sol juntamente com o seu amanhecer, alguns me chamavam de princesa girassol.

Havia fadas com o olhar fixo em mim para não perder nenhum detalhe, e anotavam tudo que eu dizia em seus bloquinhos de folhas verdes. Essas também me paravam a cada momento para pedir uma declaração, sempre com um sorriso encantador que não deixava outra alternativa senão aceitar, a fada ficou satisfeita com poucas palavras ditas e logo se apressou em entrevistar os presentes na cerimônia. Notei que algumas delas davam seu depoimento com muita alegria, acho que fiz um bom trabalho em trazer de volta o antigo jornal, nesse tempo seria de excelente ajuda algo com que ocupassem os feéricos, o jornal traria de volta a fome por notícias e bizarrices de Penumbra, enquanto para mim seria imã boa fonte de informações que poderia levar para fora do portal, sendo assim todos saberiam o que acontece por aqui. Estou decidida a manter minha palavra quando se trata de não nos esconder, é uma oportunidade que agarrei com as duas mãos, seremos vistos e lembrados de quem somos, de onde viemos é o que somos capazes de fazer. Está na hora do mundo saber que os contos de fadas são reais.

Viveremos um dia após o outro com o sabor da fama que o jornal nos trará.

Eu só preciso manter uma coisa escondida. Nosso poder ainda está oscilando, e ate que ele volte teremos de ser cuidadosos com quem estra e sai por aquele portal. O outro mundo está ainda mais perto que possam imaginar, as nossas portas estão escancaradas a qualquer um que queira passar por ela.

Eu não quero nem pensar no que aconteceria se as pessoas soubessem disso. Uma multidão correria pela floresta, sem nenhum escrúpulo iriam invadir nosso reino e roubar toda nossa magia, assim como outrora Levi Meyer fez.

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