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Sou a majestade, sou a hera
Não sou nada, não sou ninguém
Estou esperando pela sua doçura
Estou esperando pelo seu amorE o tiro atravessa minha cabeça e minhas costas
Não posso impedi-lo
-Gunshot, lykke.
•••
Apoiei os pés no peitoril da janela, desviando dos pedaços de vidro que ali insistiram em ficar.
- Pode deixar, eu a ajudo. – Harry veio segurar minhas mãos dormentes, quase não pude sentir seu toque, elas ainda tremiam.
Coloquei os pés no chão, o carpete cinza manchado de sangue, sangue por todo lado e soldados inconscientes estirados bem ali. Significa que estamos a salvos, que podemos relaxar e respirar.
- Você se machucou? O que foi aquilo, você podia ter caído de lá! – Cami me aperta num abraço, sinto as coisas se acalmarem dentro de mim, como se ela fosse uma ancora me trazendo de volta a realidade. – Você é mesmo maluca. – De repente volto a sentir o espaço a minha volta. A aperto como se fosse perdê-la a qualquer momento, mas ainda desejando que o toque fosse mais apertado, maior, mais quente e menos inconsistente na minha imaginação.
Eu estava perdendo o controle e tinha consciência disso.
Experimentar todo esse poder de uma só vez fora fatal. Eu me sentia imbatível, mas acontece que não é assim. Ninguém é invencível. Todos têm um calcanhar de Aquiles. Eu só não sei onde está o meu.
- Eu estou bem. – Digo as palavras na tentativa de convencer a mim mesma disso. – Mas precisamos limpar essa bagunça antes do trem chegar à estação.
June limpa sua lança na barra do Kirtle sem remorso pelo sangue derramado por ele, ela me encara como se visse meus pensamentos, um olhar de compreensão, aquiesce e forma posição. Pela primeira vez fiquei contente em tê-la ali conosco.
- Então é melhor começarmos logo, porque isso aqui tá uma zona. – Harry quebra o silencio e começa retirando os corpos com tamanha facilidade que não pude deixar de notar, onde fui enfiar meus amigos?
Cami se volta para a sujeira no chão e como não temos muitas alternativas pede para que Harry limpe com um de seus feitiços, o garoto se livra do último corpo e com um simples gesto os objetos apareceram como num passe de mágica (porque era mesmo), duas vassouras e dois esfregões, um balde de água e vários produtos de limpeza.
- Quando pedi sua ajuda achei que limparia com magica, e não que trouxesse coisas para que nós limpássemos. – Camilla junta os pés e pega um esfregão com cara emburrada.
- Foi mal, ainda não cheguei no nível empregada doméstica. – Seu comentário faz sua irmã bufar em resposta, mas ainda sim começar a limpar a sujeira.
- Garoto, eu não vou limpar isso. – June constata de braços cruzados.
- Como não, você foi a que mais sujou, dilacerou o cara. Olha só essa mancha na lateral, tenho quase certeza que é do estomago do pobre coitado. – Harry tira onda com a elfo que já está a um passo de agarrá-lo pelo pescoço.
- Me dá logo essa merda de esfregão. – June puxa de sua mão com impaciência.
Eles mal sabem o que se passa na minha cabeça, mas só o fato de estarem aqui se esforçando para me ajudar é tudo de que preciso. E momentos descontraídos como esse me fazem esboçar um sorriso, e ver pelo que vale a pena lutar.
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A Coroa Flamejante
FantasyNesta sequenta do livro Trono de Luz teremos; Dois mundos em guerra Uma profecia para buscar As asas deverá conquistar, Para Penumbra salvar Um grande sacrifício será feito Em dias escuros viverão A guerra terminará, quando enfim o sol raiar No...