01: Atração proibida.

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Angel Zabini

Desde que cheguei a Hogwarts, sempre soube meu lugar. Ser uma Zabini, uma Sonserina, significava ter poder, respeito e, claro, aliados como Draco Malfoy e meu irmão Blaise. Contudo, havia algo que me incomodava ultimamente. Algo que eu não queria admitir nem para mim mesma: Neville Longbottom.

Já fazia tempo que eu o pegava me observando e encarando durante almoço, jantar e aulas. No início, eu ignorava seus olhares, considerando-os apenas uma admiração distante por uma Zabini, alguém inatingível para ele. Mas com o tempo, esses olhares se tornaram persistentes, cheios de uma curiosidade e algo mais profundo que eu preferia não reconhecer.

Eu sempre o vi como um Grifinório patético, alguém facilmente manipulável e constantemente humilhado.

Mas, ao observá-lo na aula de Herbologia, algo me fez questionar essa visão. Ele parecia ter uma paixão genuína pelas plantas, uma dedicação que eu não via nos outros. Havia uma suavidade em sua expressão, um brilho nos olhos quando falava sobre cada espécime. E então, notei algo que me perturbou ainda mais: o jeito que ele olhava para mim não era de adoração cega, mas de uma curiosidade sincera e um interesse genuíno.

Seus olhos sempre me seguiam, e não era o tipo de olhar que eu estava acostumada. Não havia desejo óbvio ou cobiça, mas sim uma intensidade que eu não sabia decifrar. Quando eu cruzava seu olhar, ele não desviava rapidamente como outros fariam, o que me deixava surpresa, levando em conta sua timidez evidente. Ao contrário, ele mantinha o contato visual, seus olhos cheios de uma mistura de admiração, respeito e algo que quase parecia compreensão.

Era desconcertante. Eu estava acostumada a ser observada por muitos, mas o jeito que Neville me olhava era diferente. Parecia que ele estava tentando enxergar além da minha fachada, procurando entender algo que nem eu mesma compreendia completamente. Ele parecia ver através das minhas defesas, como se estivesse ciente das batalhas internas que eu travava, e isso me deixava inquieta.

Naquela manhã, ao entrar na estufa, Draco estava contando uma de suas típicas histórias de como havia conseguido atrapalhar a vida de algum Grifinório. Eu ria, mas meus olhos encontraram Neville entrando na sala.

Nunca havia parado para o analisar, apesar de ser bastante observadora, nunca achei que ele fosse algo realmente interessante ao se observar. O porte de um garoto alto, meio forte e desajeitado, o cabelo loiro escuro sempre escorrendo de forma ridiculamente desalinhada sobre a testa, não chamavam atenção. Seus olhos, de um tom de verde suave, eram curiosamente expressivos, sempre carregando um misto de determinação e vulnerabilidade, que agora, ao observar mais de perto, parecia ser intrigante.

As bochechas estavam quase sempre ligeiramente coradas, especialmente quando alguém o provocava, o que era uma visão comum nos corredores de Hogwarts.

Mas hoje, ao observar mais atentamente, ele parecia diferente.

Talvez fosse a maneira como franzia a testa em concentração ou o sorriso tímido que surgia ocasionalmente, um sorriso torto que, por algum motivo, parecia irritantemente adorável. Seus movimentos, um pouco trêmulos, revelavam a constante batalha entre insegurança e coragem. Ele não era o tipo de garoto que atraía olhares por onde passava, mas havia algo cativante em sua essência desajeitada e ridícula. Algo que me fez querer saber mais sobre Neville Longbottom pela primeira vez.

— Angel? — sou tirada de meus pensamentos pela voz irritante do meu irmão — Você não ouviu o que eu disse? — ele questiona com as sombrancelhas levemente arqueadas.

— Ah, sim, claro —  respondo dando de ombros — Você e o Draco estavam contando como fizeram aquele garoto da Lufa-Lufa ficar de ponta cabeça e depois o lançaram no Lago Negro, fazendo ele quase ser pego pelos sereianos. Sinceramente, vocês já foram mais criativos. — respondo de forma desinteressada.

Amor Em Território Inimigo - Neville Longbottom Onde histórias criam vida. Descubra agora