14: Uma ajuda criativa.

30 5 8
                                    

Neville Longbottom

Tudo aconteceu tão rápido que minha mente ainda estava tentando processar. A raiva estava estampada no rosto de Angel, enquanto os gêmeos fugiam após mais uma de suas provocações. E então, antes que eu pudesse pensar em uma solução melhor, meus braços a envolveram pela cintura, segurando-a firmemente. Eu sabia que era uma loucura tentar impedi-la, mas algo dentro de mim dizia que eu não podia deixá-la ir. Ela estava determinada, prestes a pular em cima deles, e, sinceramente, a última coisa que eu queria era ver Angel envolvida em confusão. Meu instinto foi mais rápido do que minha razão, e, de repente, estávamos ali, tão próximos que eu podia sentir seu corpo tensionado contra o meu.

Eu podia sentir a fúria em cada músculo dela, mas também havia algo mais. Talvez fosse o calor do momento, ou o simples fato de que, pela primeira vez, eu estava sendo corajoso o suficiente para segurá-la ali, tentando protegê-la.

A verdade é que, desde o momento em que ficamos presos no armário e minha mão, quase sem querer, roçou seu rosto, algo começou a mudar entre nós. Aquele toque simples, mas tão cheio de significado, pareceu tocar um lado de Zabini que eu jamais imaginaria: uma vulnerabilidade inesperada.

Por mais difícil que fosse acreditar, Angel não me afastou. Talvez ela estivesse tão surpresa quanto eu com a situação, mas naquele momento, ela simplesmente ficou ali, tensionada, mas sem se afastar. Minha mente dizia que eu estava indo longe demais, que ela poderia me afastar a qualquer momento, mas meu coração... Bem, meu coração dizia outra coisa. Ele dizia que eu nunca tinha me sentido assim antes, e que, por mais assustador que fosse, eu não queria que terminasse.

Desde aquele toque no armário, as coisas entre nós pareciam diferentes. Quando fomos terminar o trabalho de Herbologia, Angel estava mais sociável, até gentil, de um jeito que eu nunca esperaria dela. Sempre achei que Angel era impenetrável, uma verdadeira sonserina com uma personalidade afiada como uma lâmina, pronta para cortar qualquer um que se aproximasse. Mas aos poucos, comecei a ver algo mais nela, algo que talvez nem ela mesma perceba.

Eu nunca fui do tipo que se apaixona facilmente, mas há algo nessa garota que me faz querer conhecer cada lado dela, cada segredo escondido por trás daquele sorriso sarcástico. Só que, ao mesmo tempo, essa mesma atração me deixa apavorado. Eu sei que ela é diferente, e que qualquer sentimento que eu tenha por ela é arriscado, complicado, e provavelmente vai terminar em confusão e mágoa.

E agora, depois de tudo que aconteceu entre nós - as conversas, os sorrisos trocados, o jeito como ela me olha, como se estivesse lutando contra algo dentro dela - eu me vejo aqui, mais confuso do que nunca. Eu não sei onde isso vai dar, mas sei que não posso mais ignorar o que estou sentindo.

Talvez eu esteja me metendo em uma situação impossível, mas não consigo me afastar. Cada vez que penso nela, sinto meu coração bater mais rápido, e o medo de me machucar é ofuscado pelo desejo de ver até onde isso pode ir. Eu só sei que, por mais complicado que seja, não estou pronto para desistir. E, no fundo, algo me diz que Angel também não está.

(...)

Eu estava na sala comunal da Grifinória, sentado na poltrona ao lado da lareira, tentando - inutilmente - dar uma bronca em Fred e Jorge. O calor das chamas me envolvia, mas o que realmente me fazia suar eram os olhares despreocupados e divertidos dos gêmeos, que pareciam absolutamente imunes à minha tentativa de repreendê-los.

— Vocês não deveriam ter feito isso — comecei, tentando manter a seriedade. Fred apenas se inclinou casualmente na cadeira à minha frente, enquanto Jorge fingia grande interesse em uma das tapeçarias na parede. Ambos tinham expressões que sugeriam que estavam se divertindo muito mais do que deveriam.

Amor Em Território Inimigo - Neville Longbottom Onde histórias criam vida. Descubra agora