12: Tudo no seu tempo.

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Neville Longbottom

Luna sempre teve uma visão peculiar do mundo. "Siga seu coração, Neville", ela disse, seus olhos brilhando com aquela tranquilidade que sempre me deixava menos ansioso. Mas como seguir meu coração quando ele insiste em me levar direto para problemas?

Angel Zabini era um problema em todos os sentidos. Mas, Merlin, eu não conseguia tirar ela da cabeça.

Eu deveria estar focado no trabalho de Herbologia que temos para entregar em poucos dias. Plantas sempre foram minha zona de conforto, um mundo silencioso e previsível. Mas ultimamente, até elas parecem complicadas, especialmente quando estou perto dela. É estranho, na verdade, porque Herbologia é o único lugar onde eu me sinto realmente confiante... Mas até nisso ela parecia me desconcertar.

Ela estava ao meu lado na biblioteca ontem, rindo de algo que eu disse. Não me lembro exatamente o que foi, provavelmente uma de minhas típicas trapalhadas, mas o som de sua risada fez meu coração acelerar de um jeito que só ela conseguia. E quando ela olhou para mim, com aqueles olhos que sempre parecem analisar tudo, como se pudesse ver dentro da minha alma, eu tive que lutar para não gaguejar.

Eu sempre me senti deslocado, como se estivesse tentando andar em solo que não conheço, mas com Angel, o terreno é ainda mais instável. Não sei o que ela vê em mim, se é apenas curiosidade ou algo mais, mas o fato de estarmos juntos nesse trabalho de Herbologia me deixa dividido entre o pânico e a empolgação.

Ontem, na biblioteca, ela se aproximou ainda mais de mim. Eu estava perdido em um pergaminho, tentando encontrar uma maneira de impressioná-la com alguma informação útil para o trabalho, quando senti seu braço roçar levemente o meu. Meu coração disparou, e por um momento, esqueci até o nome da planta que estava lendo.

Angel tem essa habilidade de me deixar sem palavras, mas ao mesmo tempo, me faz querer encontrar todas as palavras certas para dizer a ela. Eu sei que deveria me concentrar no que temos que fazer, mas cada vez que ela sorri para mim, é como se o resto do mundo simplesmente desaparecesse. E, honestamente, eu não sei o que fazer com isso.

Eu fui honesto com ela, algo que nunca imaginei que teria coragem de fazer. Quando finalmente havíamos terminado uma boa parte do trabalho, sem conseguir mais segurar, eu disse que gostava da companhia dela. As palavras saíram tão rápido que nem tive tempo de pensar no que estava dizendo.

Angel parou de ler por um momento e me olhou, surpresa. Aqueles segundos de silêncio pareceram uma eternidade, mas então ela sorriu, um sorriso verdadeiro, não o sarcástico que eu às vezes via quando ela estava com os outros sonserinos. Ela pareceu tocada com aquilo, mesmo que tentasse se recompor.

Desde então, não consigo parar de pensar nesse momento. Admitir isso para ela foi como tirar um peso do meu peito, mas ao mesmo tempo, colocou um novo lá. Agora, a cada vez que estamos juntos, a pressão para não estragar tudo parece maior. Eu me pego revisitando mentalmente aquele instante, analisando cada detalhe da expressão dela, da maneira como ela respondeu, e me perguntando se ela sentiu o mesmo que eu.

Eu não quero decepcioná-la, especialmente em Herbologia, a única matéria onde eu normalmente sou bom. Mas com Zabini, parece que eu estou pisando em ovos. Como se um movimento errado pudesse quebrar esse frágil laço que estamos construindo. Talvez seja por isso que eu estava tão desesperado para entender tudo sobre a planta que estamos estudando. Se eu pudesse impressioná-la, talvez, só talvez, ela continuasse me vendo como alguém digno de estar em sua companhia.

(...)

O dia seguinte foi uma luta constante para tentar manter minha mente ocupada com qualquer coisa que não fosse ela. No entanto, parecia que cada canto de Hogwarts guardava uma lembrança, uma palavra, um olhar que me fazia voltar a pensar em Angel e no que tudo o que estava acontecendo significava.

Amor Em Território Inimigo - Neville Longbottom Onde histórias criam vida. Descubra agora