22: O peso da incerteza.

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Neville Longbottom

O dia estava sendo um turbilhão de emoções. Depois de tudo que aconteceu com Angel... aquele beijo, aquele momento que compartilhamos. Eu mal conseguia acreditar no que estava acontecendo. Tudo parecia um sonho bom, algo que eu nunca achei que pudesse ter. Ela não era só a garota que me fazia perder o ar, ela era alguém que eu não imaginava sentir tanto por... e ali estávamos nós, finalmente abrindo caminho entre essa estranha conexão.

Mas agora, sentado no salão comunal da Grifinória, algo parecia errado. As palavras de Simas continuavam a ecoar na minha mente, e eu tentava afastar aquilo como se fosse apenas uma piada de mau gosto.

— Ei, Neville — Simas começou, a voz carregada de risadas. — Você ouviu o último boato? Dizem que a Angel estava na comunal da Sonserina, beijando um cara.

Impossível.

Balancei a cabeça, como se isso pudesse afastar a dúvida, mas ela persistia.

— Para com isso, Simas — respondi, tentando soar mais convincente do que me sentia. — Angel não é assim.

Simas encolheu os ombros.

— Sei lá, meu. O pessoal tá comentando. Não fui eu que vi, mas parece que foi algo e tanto.

A ideia me corroía por dentro. Será que ela realmente fez isso? Aos poucos, fui me fechando em pensamentos, revivendo cada detalhe do dia. O jeito que ela me olhou, o calor de seus lábios... aquilo tinha sido real, certo? Não era possível que ela tivesse simplesmente... esquecido. Ou pior, que tivesse feito tudo aquilo sem sentir nada.

Levantei-me da poltrona, o peito apertado com uma angústia que eu não conseguia nomear. Era raiva? Insegurança? Eu não sabia. O que sabia era que precisava descobrir a verdade. Não conseguiria suportar essa incerteza. Eu tinha que saber.

Respirei fundo e tomei coragem. Se eu fosse perguntar diretamente para ela, era óbvio que ela negaria. Ou talvez fizesse pouco caso. O que tínhamos era algo real, eu podia sentir. Ela não faria isso comigo... faria?

Desci as escadas até o salão principal, sentindo o peso de cada passo. A ideia de confrontar Angel diretamente era tentadora, mas a outra parte de mim temia descobrir que tudo aquilo que vivi naquele dia foi um engano. E se eu fosse apenas uma distração? E se ela estivesse jogando comigo esse tempo todo?

Conforme passava pelos corredores, ouvi risadas e cochichos de alguns alunos. O comentário de Simas não era o único circulando por aí. Já haviam rumores, piadas até... As palavras chegaram aos meus ouvidos sem eu querer escutar: "Angel Zabini beijou um cara". Eu não sabia quem era, mas isso já era suficiente para fazer meu estômago revirar.

Por fim, encontrei alguém que parecia saber mais detalhes, um aluno da Sonserina que estava de saída da torre. Hesitei antes de me aproximar, tentando reunir coragem para perguntar.

— Ei... você ouviu algo sobre... Angel? — Minha voz soou mais insegura do que eu gostaria.

Ele me lançou um olhar estranho, mas deu de ombros.

— Ouvi sim. Ela estava jogando verdade ou desafio na comunal. Parece que beijou um cara lá.

A confirmação atingiu como um soco no estômago. Beijou um cara. No mesmo dia que tinha me beijado. No mesmo maldito dia.

— Você... sabe quem era? — perguntei, embora temesse a resposta.

Ele riu, com um sorriso zombeteiro. — Não sei quem foi, mas a roda toda estava lá, Draco, Marcus, Theo, Jason, Blaise... um desses, quem sabe?

Fiquei paralisado por um momento, as palavras dele ecoando na minha mente. Ela beijou outro. Pior ainda, alguém que estava no círculo próximo dela, como Blaise ou Draco. A ideia de ela beijar qualquer um deles me fazia sentir uma dor que eu não sabia que podia sentir.

Amor Em Território Inimigo - Neville Longbottom Onde histórias criam vida. Descubra agora