Amor Em Território Inimigo - Neville Longbottom

02: Um jantar de revelações.

Neville Longbottom

O Grande Salão estava particularmente barulhento naquela noite, cheio de risadas e conversas animadas. As velas flutuantes lançavam uma luz suave sobre as mesas repletas de comida. Eu mexia distraidamente no meu prato, mal ouvindo os comentários dos meus amigos da Grifinória sobre o Torneio Tribuxo. A competição, com suas promessas de aventuras e desafios, parecia distante e um pouco entediante para mim naquele momento.

Meu foco estava mais voltado para a mesa da Sonserina, onde a garota de pele negra ocupava meu pensamento de maneira inesperada. Enquanto todos ao meu redor falavam animadamente sobre o torneio e especulavam sobre os possíveis campeões, eu me encontrava absorvido em observar Angel.

Lá estava ela, Angel Zabini, a encarnação da beleza e da graça. Seus cabelos cacheados, escuros como a noite, caíam em ondas perfeitas até seus ombros, balançando a cada movimento com uma fluidez encantadora. O brilho sutil em seus olhos castanhos capturava a luz do ambiente, revelando um misto de sagacidade e uma profunda complexidade que contrastava com sua expressão frequentemente desdenhosa. Seu riso, leve e melodioso, preenchia o ar com uma alegria contagiante, a mesma que Draco Malfoy parecia ter o poder de provocar com suas observações mordazes.

Angel era a personificação da autoconfiança, uma típica Sonserina, com um charme que não passava despercebido. Sua estatura baixa, mas bem proporcionada, acentuava suas curvas femininas e esculpidas. A forma como suas coxas se moldavam perfeitamente por baixo da saia curta e ajustada revelava um corpo que chamava a atenção, não apenas pela beleza, mas pela presença marcante. Seu busto generoso e o contorno elegante do seu quadril foram realçados pela maneira como ela se movia, como se cada passo fosse uma declaração de sua própria importância.

A combinação de sua vaidade natural e sua postura confiante parecia criar uma aura quase impenetrável ao redor dela, que não fazia mais do que aumentar a complexidade de seu charme. Sua aparência imaculada e o modo como ela se vestia, sempre com um estilo impecável e sofisticado, contrastavam com sua atitude frequentemente arrogante, mas ao mesmo tempo, davam um vislumbre do lado mais gentil e profundo que estava escondido por trás de sua fachada de superioridade.

E, mesmo assim, lá estava eu, incapaz de desviar o olhar, atraído por uma força magnética que desafiava qualquer tentativa de racionalidade. Angel, com toda a sua grandiosidade e complexidade, era tudo o que eu deveria evitar, mas para o qual minha curiosidade parecia estar irresistivelmente atraída.

Eu sabia que se fosse pego encarando, seria alvo de zombarias intermináveis. Mas havia algo nela que me deixava fascinado, algo que me fazia querer entender quem ela era por trás daquela fachada. A cada olhar furtivo que eu lançava, meu coração batia mais rápido.

Tentei me concentrar na minha comida, mas meus pensamentos estavam longe dali. Por que, de todas as pessoas, Angel Zabini? Talvez fosse sua aura de mistério, ou talvez fosse o jeito que ela parecia tão segura de si mesma. Eu não sabia ao certo. Só sabia que cada vez que nossos olhares se encontravam, mesmo que brevemente, eu sentia um misto de medo e excitação.

Ela levantou os olhos de seu prato e, por um momento, nossos olhares se encontraram. Senti meu rosto esquentar e rapidamente olhei para baixo, meu coração batendo descontrolado. O que ela pensaria se soubesse que eu a estava observando? Provavelmente me acharia um tolo. Mas eu não conseguia evitar. Alguma coisa me dizia que havia mais em Angel Zabini do que ela deixava transparecer, e por algum motivo, eu sentia vontade de descobrir o que era.

Assim que noto que sua atenção está voltada aos seus colegas de casa novamente, ergo levemente o olhar, retornando a encará-la enquanto dou uma garfada em uma ervilha do meu prato. Aquele brilho nos olhos dela me intrigava, como se escondesse segredos que eu precisava desvendar.