21: A roda da verdade.

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Angel Zabini

Eu o beijei. De novo. E, por mais inacreditável que parecesse, eu não estava arrependida. Na verdade, longe disso. Eu estava... feliz. Inesperadamente feliz.

Feliz a ponto de andar pelos corredores de Hogwarts cantarolando baixinho, sem perceber o sorriso bobo que insistia em permanecer no meu rosto. A cada passo, eu me pegava tocando os lábios, relembrando o beijo, e deixando escapar suspiros sonhadores. Era quase absurdo o quanto aquilo me afetava.

Talvez até feliz demais, porque assim que cheguei à comunal da Sonserina, me deparei com Blaise e Draco, e sem me importar com qualquer pensamento racional, simplesmente me joguei no sofá ao lado deles, ainda sorridente. Fala sério. Eu estava tão alegre que, quando a Pansy veio falar com Draco, eu elogiei o cabelo dela. Eu, Angel Zabini, elogiei aquele cabelo ridículo dela. E eu a odeio. Todo mundo sabe disso.

Por algum motivo, aquele beijo me deixava em êxtase, de um jeito incrivelmente gostoso e leve. Mas, mais do que isso, eu me sentia boba... ridiculamente apaixonada.

Talvez tenha sido porque, da primeira vez que o beijei, eu ainda estava hesitante. Foi um ato impulsivo, quase irracional. Eu estava à beira da loucura naquele dia. Mas, dessa vez, não. Dessa vez, foi diferente. Inesperado? Talvez. Mas foi bom. Muito bom. Bem mais do que eu jamais imaginei que poderia ser.

E para completar, a Sala Precisa tinha aparecido para nós de novo. Um sinal claro, na minha opinião, de que o castelo sabia muito bem o que estava acontecendo entre nós.

Por mais que uma parte de mim ainda sentisse receio do que estava me permitindo sentir, já era tarde. Eu tinha prometido ao Neville que íamos ver onde isso tudo nos levaria. Não tinha como voltar atrás agora.

Fiquei ali, entre Blaise e Draco, enquanto eles conversavam sobre alguma estratégia idiota para o próximo jogo de quadribol. Eu não estava prestando muita atenção. Na verdade, nem ouvia mais o que eles diziam. Minha mente estava completamente longe, flutuando para aquele lugar onde os olhos suaves de Neville encontravam os meus. Como eu tinha chegado a esse ponto?

Draco parou de falar por um momento e me encarou com aquele olhar desconfiado. Ele franziu a testa.

— O que você está escondendo? — ele perguntou, inclinando a cabeça e estreitando os olhos.

Blaise também me olhou, claramente curioso, mas com um sorriso de quem achava que já sabia o que estava acontecendo.

Revirei os olhos, tentando não demonstrar nada.

— Eu? Nada. Só estou... de bom humor hoje, o que é bem raro, então aproveita, Malfoy. — Respondi, tentando manter meu tom indiferente.

Mas Draco não se deu por satisfeito. Ele continuou me encarando, o que só me fez lembrar de como ele sempre achava que sabia tudo o que se passava na minha cabeça.

— De bom humor? — Ele arqueou uma sobrancelha, como se isso fosse um conceito alienígena para mim. — Você nunca está de bom humor. E além disso, você sumiu por horas... à noite. Quase na hora da recolhida. Onde você estava?

Droga. Sabia que ia ter que responder essa.

Eu dei de ombros, me afundando ainda mais no sofá.

— Talvez eu só quisesse um tempo sozinha. Respirar um pouco. — Menti, tentando soar casual, embora soubesse que sumir de noite e voltar sorridente não era nada típico de mim.

Blaise riu e deu um leve empurrão em Draco.

— Ela está apaixonada, Malfoy. Não vê? Olha essa cara. Está escrita nela.

Amor Em Território Inimigo - Neville Longbottom Onde histórias criam vida. Descubra agora