10: A coragem de dizer.

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Neville Longbottom

Não sei bem como descrever o que está acontecendo ultimamente, talvez seja apenas sorte. O que eu sei é que estou imensamente grato por cada chance de estar perto de Angel. Não importa o quanto ela tente manter a distância, eu sinto uma necessidade crescente de me aproximar cada vez mais.

Desde o dia em que o professor Snape nos designou para o trabalho em dupla, a nossa relação só tem se fortalecido. Para mim, isso é um verdadeiro presente, enquanto para ela pode parecer uma pequena tortura. O que eu considero um golpe de sorte, para Angel pode ser visto como um desafio, mas eu não me importo, eu estou aproveitando cada momento ao máximo.

Cada oportunidade de estar com ela é um tesouro para mim. Desde as aulas de Poções, passando pelas trocas discretas de olhares durante o jantar, até a defesa que ela fez em meu favor e o agradecimento que se seguiu. A pequena aula de Herbologia que tivemos, o passeio inesperado pelo jardim e agora este trabalho, que requer mais de um encontro para ser concluído, cada um desses momentos é como um sinal de que eu estou, de alguma forma, no caminho certo ao me aproximar dela.

Ao lado de Angel, eu me sinto cada vez mais à vontade. Já não gaguejo ou fico corado com os seus olhares, embora a sensação deliciosa de nervosismo no estômago persista sempre que ela me encara. É um sentimento que só faz o meu coração bater mais rápido e mais forte.

Acho que algo está mudando nela também. Ela parece mais relaxada, mais leve, e até seu humor sombrio tem um toque de suavidade que não havia antes. Ver Angel se soltar e se sentir mais confortável na minha presença é algo que aquece meu coração de maneiras que eu nunca imaginei.

Na estufa, enquanto a confusão reinava ao redor, éramos uma das poucas duplas que pareciam em sintonia e avançando com o trabalho. Fiquei encantado quando ela riu de uma das minhas tentativas de piada e me deixei levar pelo seu humor sarcástico, rindo das suas observações sobre o caos da aula de Herbologia.

Ver que minhas tentativas de tornar o ambiente mais leve estavam funcionando e a deixando mais calma e satisfeita era uma verdadeira vitória para mim. Mas, honestamente, minha ansiedade não podia ser contida. Assim que a aula terminou, nos despedimos e combinamos de nos encontrar na biblioteca para continuar o trabalho.

Eu sabia que, com o meu conhecimento sobre a matéria e a rapidez de Angel em anotar e raciocinar, terminaríamos rapidamente. Mas, por alguma razão, eu sentia uma necessidade urgente de desacelerar o processo, para poder aproveitar cada momento com ela. O desejo de explorar essa conexão crescente entre nós era tão forte que superava minha timidez habitual.

Eu estava tentando entender esse sentimento novo e intenso que Angel despertava em mim, mas a verdade é que eu estava mais interessado em aproveitar ao máximo cada oportunidade de estar ao seu lado. Eu sabia que ela não se mostraria vulnerável facilmente, mas para mim isso não importava. O que eu realmente queria era estar perto dela, independentemente de tudo.

(...)

A biblioteca estava relativamente vazia para um sábado, especialmente com a maioria dos alunos fora para Hogsmeade. No entanto, eu estava muito mais animado com o encontro que teria com Angel do que com qualquer loja ou atração que os outros pudessem estar aproveitando. Minha mente estava completamente focada nela.

Minhas mãos estavam um pouco trêmulas enquanto eu tentava me concentrar em um pergaminho que havia escrito sobre as herbacéias. No entanto, minha mente não conseguia parar de se preocupar com o atraso de Angel. Será que ela havia desistido? Ou talvez não estivesse interessada em se encontrar? Ou, pior ainda, será que ela tinha simplesmente esquecido?

Amor Em Território Inimigo - Neville Longbottom Onde histórias criam vida. Descubra agora