13: Os cupidos Weasley.

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Angel Zabini

Eu sempre fui boa em esconder meus sentimentos. Por trás de sorrisos sarcásticos e comentários ácidos, havia uma barreira que ninguém jamais conseguira ultrapassar. Era mais fácil assim. Manter as pessoas à distância era uma questão de sobrevivência. Mas então, de repente, Neville Longbottom, o garoto que eu sempre subestimei, começou a penetrar essa barreira, e eu não fazia ideia de como reagir.

Sentada na comunal da Sonserina, olhava para a janela que dava para o Lago Negro, onde as águas escuras refletiam a minha confusão. Meu coração estava dividido. Parte de mim queria ignorar completamente o que estava acontecendo entre mim e Neville. A outra parte, aquela que eu detestava admitir que existia, estava curiosa. Curiosa e... talvez até um pouco interessada.

Você está se apaixonando, Angel...

Disse uma voz na minha cabeça que eu rapidamente calei. Eu não podia me permitir isso. Me apaixonar significava abrir mão do controle, e isso era algo que eu nunca faria. Amar era para os tolos, para os fracos que não podiam cuidar de si mesmos. Eu não precisava de ninguém. Pelo menos, era o que eu sempre dizia a mim mesma.

Eu ainda lembrava claramente da nossa conversa na biblioteca. Quando ele me disse que gostava da minha companhia, ou quando elogiou meu sorriso, eu não soube como reagir. Eu estava acostumada a ser admirada por minha beleza, ou temida por minha língua afiada, mas Neville... Ele parecia ver algo mais em mim. Algo que eu mesma não tinha certeza de que existia.

Depois daquela conversa, não consegui parar de pensar nele. Sua gentileza me desarmava, e isso me irritava profundamente. Eu não queria gostar dele, mas toda vez que nos encontrávamos para trabalhar em Herbologia, eu me via sorrindo sem perceber. O jeito que ele ficava nervoso perto de mim, o modo como seus olhos brilhavam quando falava de plantas, e a forma como ele era sempre tão genuíno... Tudo isso me deixava desconcertada.

Eu me levantava do meu lugar na comunal, tentando afastar esses pensamentos. Olhei para o meu reflexo em um espelho próximo, vendo os traços familiares da menina Zabini que todos conheciam: confiante, poderosa, impenetrável. Mas, ao mesmo tempo, havia algo diferente em meus olhos. Uma incerteza que eu não queria admitir.

— Você não vai se apaixonar por ele, Angel. Não vai deixar isso acontecer — murmurei para mim mesma, como se isso fosse suficiente para afastar os sentimentos que começavam a se formar. Eu precisava me lembrar de quem eu era. Uma Zabini. Alguém que não se deixava abater por nada, muito menos por um garoto que mal conseguia manter uma conversa sem gaguejar.

Mas, por mais que eu tentasse, não conseguia esquecer o modo como ele olhava para mim. Como se eu fosse algo precioso, algo que valia a pena proteger. E isso... isso me assustava mais do que eu estava disposta a admitir.

Quando voltei para o sofá da comunal, encontrei Draco e Blaise conversando. Eles me lançaram olhares curiosos quando passei, mas não fiz questão de explicar a razão da minha inquietação. Blaise sempre sabia quando algo estava fora do lugar, mas ele também sabia quando era melhor não perguntar.

— Você anda muito pensativa ultimamente, Angel — disse meu irmão, analítico. — Isso não combina com você.

— Estou só cansada — menti como de costume, forçando um sorriso.

Mas a verdade era que Neville Longbottom estava me fazendo questionar tudo. E eu odiava isso. Odiava como ele parecia ter um poder sobre mim que eu não conseguia entender. Talvez fosse só curiosidade, talvez fosse algo mais. Eu não sabia. E, honestamente, essa incerteza era o que mais me deixava irritada.

Mas uma coisa era certa: por mais que eu quisesse fugir desses sentimentos, algo me dizia que Neville Longbottom não iria desistir tão facilmente. E isso, mais do que qualquer outra coisa, me fazia sentir que, pela primeira vez, eu estava diante de algo que realmente não podia controlar.

Amor Em Território Inimigo - Neville Longbottom Onde histórias criam vida. Descubra agora