2. 🔫

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No segundo em que  ouviu o clique da fechadura da porta do hotel, ele se endireitou na poltrona que havia arrastado de debaixo da janela e pousou seu copo de uísque. De qualquer forma, isso não fez nada além de alimentar a queimadura dentro dele.

— Lar Doce Lar. — A voz  carregava um tom de ironia que irritava Liam e o excitava. Engatilhou a arma na mão quando Zayn entrou totalmente. Ele riu enquanto fechava a porta e deu alguns passos à frente antes de inclinar a cabeça.

— Ahh, acho que alguém sentiu minha falta. — Liam notou um lampejo de hesitação que ele teria perdido completamente se não tivesse olhado tão profundamente naqueles olhos escuros em muitas ocasiões anteriores.

— Você me colocou fora de ação por um mês da última vez que abri a porta para você e sua arma. Pelo menos tenha a gentileza de mirar no outro ombro. É uma conduta antidesportiva me acertar duas vezes no mesmo lugar. A expressão dura de Liam se transformou em um sorriso sardônico.

— Temos um código de ética agora? — o outro fez a pele de Payne arrepiar tanto de irritação quanto de desejo, e ele desprezava o fato de ter ficado viciado nessa mesma sensação. Zayn parecia ter o mesmo dom com a alquimia no que diz respeito às emoções de Liam, assim como ele tinha com produtos químicos inertes. Liam fodeu um exército inteiro de homens tentando provar o contrário.

O mais próximo que ele chegou foi Jonah, mas isso também foi diferente. Aquilo tinha sido uma tentativa de... ele não sabia o quê. Estabelecer-se? Exceto que homens como ele, Jonah e Zayn não se acalmavam - ou assim Liam teria dito até Jonah fugir para Belize com seu lindo garotinho hacker.

Liam relaxou o aperto na arma, satisfeito com a tensão puxando os ombros de Zayn. — Você não fica entediado com o mesmo velho truque todas as vezes? Nenhuma habilidade real necessária. Apenas produtos químicos.

— Você não? Com sua grande arma, longe demais para realmente experimentar a emoção de um trabalho bem executado. —  ergueu uma sobrancelha e se aproximou, seu olhar seguindo a mão de Liam enquanto ele trocava a arma pelo copo de uísque e tomava um longo gole. Quando ele a largou, não pegou a arma novamente, mas Liam sorriu interiormente para o foco laser dele. Aprenderam bem um ao outro ao longo dos anos.

— Matei o cara em Beirute com facas.
Duas estrategicamente jogadas de trás de uma exposição de tapetes em um mercado, uma delas enterrada na nuca do homem - só para ter certeza - enquanto o mercado se transformava em caos.

— E matei o homem em Paris com uma Glock.

— Engraçado, ouvi dizer que foi Prichard quem fez esse trabalho. — Indiscutivelmente um dos mercenários mais fracos que existe. Liam deu a ele mais alguns meses, no máximo, antes que alguém acabasse com seu sofrimento.

No ano passado, Jonah e Liam passaram um mês limpando as consequências de um trabalho que Prichard havia fracassado. A expressão de total desgosto do moreno disse a Payne que seu comentário havia atingido seu alvo, no entanto.

Ele sorriu e puxou uma faca da bainha amarrada à coxa, o cabo de nogueira brilhando tão intensamente quanto a lâmina de aço inoxidável com alto teor de carbono.

Ele ficou entre as coxas de Liam, os olhos na prata brilhante enquanto pegava o copo de uísque e tomava um pequeno gole. Ele soltou um suave murmúrio de satisfação. — Ainda com o uísque caro.

— Vou colocar na sua conta, junto com o quarto. Parece justo.

— Você atirou em mim. Acho que me deve a bebida, no mínimo.

— O que foi que você disse quando entrou? Senti a sua falta? Considere que mais cedo eu mandei um beijo para você. — Liam piscou e rolou para frente na beirada da cadeira, puxando a parte plana da lâmina pela parte interna das coxas de Zayn e observando a dilatação de suas pupilas. Era uma das poucas coisas sobre as quais  tinha pouco controle, e Deus, Liam adorava explorá-la.

kill bill - ziam Onde histórias criam vida. Descubra agora