kill bill - ziam

15. 🔫

O grito indignado de Zayn para a água fria foi um bálsamo suave para a ferida que o filho da puta abriu em Liam.

Mas não foi suficiente.

Liam andou pela cozinha, vasculhando a despensa até encontrar uma sopa que ele despejou da lata em uma panela e colocou em cima do fogão em fogo baixo. Enquanto esquentava, ele vasculhou o freezer e os armários, desenterrando uma garrafa de Johnnie Walker.

Depois de colocar alguns dedos em um copo, ele rondava incansavelmente em frente às janelas que exibiam uma linda vista crepuscular do horizonte de Boston, luzes cintilantes penduradas sobre a cidade como milhares de fios de contas entrelaçados. Em outras ocasiões, o hedonista que há nele teria apreciado a beleza. Em vez disso, ele ficou preso ao homem traidor no banheiro, aparentemente escolhendo sofrer em silêncio durante o banho frio.

Uma cidade inteira se estendia diante dele, e era a arquitetura elegante do queixo de Zayn e o arco de sua garganta, a curva graciosa de sua coluna, que Liam não conseguia tirar da mente. Era mais fácil ceder a esses pensamentos primitivos do que à fúria, ao medo e à sensação de vulnerabilidade que estão por trás deles.

Liam se sentia preso na casa segura e não queria voltar a ter a sensação de andar constantemente com um alvo nas costas. Enquanto esteve invisível, ele estava livre, mas agora Bennington estava atrás deles.

Enfurecido também foi o momento em que sentiu os olhos de Zayn sobre ele por trás. Ele não o ouviu andando, mas não precisava. Não quando ele estava tão sintonizado com o peso daquele olhar sombrio sobre ele.

Liam ficou quieto e deixou-o olhar, sabendo que, ao fazer isso, o Anjo da Morte estava calculando, tentando determinar o que dizer. Ou não, conforme o caso. Liam certamente não iria ajudar o idiota nesse aspecto.

Nenhum deles eram pessoas que regularmente se encontravam em situações em que eram obrigados a fazer muito mais do que cumprir um dever ou contrato. Suas soluções vinham embaladas em uma capa totalmente metálica ou entregues em doses letais. Não conversa.

De trás de Liam veio o barulho de pratos, o tilintar de copo contra vidro. No reflexo escuro da janela, Zayn era uma mancha nebulosa de cor e movimento.

Talvez fosse melhor se isso fosse tudo o que ele tinha feito em Liam. Apenas imagens distantes e indecifráveis. Mas não. Liam chegou muito perto. Ele tinha visto as pinceladas individuais que compunham esse homem e, em vez de ficar cansado, ficou mais intrigado. As pinceladas não foram suficientes. Agora, Liam queria a obra de arte inteira. E isso era perigoso.

A abordagem de Zayn foi silenciosa, mas Liam sentiu sua proximidade da mesma forma que sentiu os olhos do homem. Pressionou-se contra ele, envolveu-o, deslizou pela parte interna de suas coxas e esperou pacientemente por seu reconhecimento.

Liam se encolheu, o movimento rapidamente substituído por pele áspera quando algo fresco e suave pressionou contra a curva inferior de sua coluna e então arrastou para cima. A base do copo de Zayn. Ele segurou-o ali por um instante e depois o removeu.

Liam tomou outro gole de uísque e tentou ficar quieto.

Em seguida, veio a pressão na nuca e, em seguida, um líquido frio gotejando que fez sua coluna arquear antes que o calor da boca de Zayn o afugentasse. Ele chupou levemente o topo da espinha de Liam e então se afastou, mas o cheiro de uísque de seu beijo pairou no ar entre eles, agora pintado na pele de Liam.

- Você ainda não me matou. Ou me empurrou. Você poderia ter ido embora e não foi. Oh... - Zayn acrescentou, habilmente percebendo a tensão que surgiu nos ombros de Liam. - Você pensou sobre isso. Eu sei. - No reflexo, Liam viu a cabeça de Zayn virar-se em direção à mesa de centro onde estava sua arma. - Você pensou sobre tudo isso, sim. - A expiração dele passou pela nuca de Liam.