9. ⚗️

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Quando Liam gritou para Zayn sair, já era tarde demais. Três homens avançavam sobre ele. Não havia como sair pela frente. Ele atingiu o deque enquanto as balas disparavam sobre sua cabeça, derramando vidro e madeira sobre ele enquanto corria agachado para o corredor cego que Liam implorou a Zayn para não usar.

Os batimentos cardíacos falharam enquanto ele fazia o possível para manter o foco na tarefa em questão. Contanto que Zayn pudesse ouvir a cadência constante do tiro do rifle de Payne, isso significava que ele estava bem. Ele tinha que estar bem.

Suspirou de alívio quando a porta do banheiro se fechou atrás dele, grato pela parede que forçava qualquer um que entrasse a fazê-lo com visão limitada. Ele se apoiou no ladrilho, com a arma e a faca ao alcance, mas não na mão. Se concentrou no som do vidro, no som das luzes quebradas e das imagens sendo esmagadas sob os pés calçados com botas. Ele só tinha uma chance nisso.

As dobradiças protestaram quando o primeiro homem entrou, braço estendido e arma na mão. A mão dele serpenteou, puxando o homem para frente e torcendo seu braço atrás das costas, usando sua própria mão para atirar nos homens que entravam diretamente atrás dele, antes de acertar um chute no joelho do homem que o jogou no chão com um grito enquanto  agarrava a perna dele.

Zayn ainda segurava a arma do homem, então ele acabou com seu sofrimento, fazendo uma careta ao ver o ferimento de bala ligeiramente descentralizado em sua testa.

Armas simplesmente não eram sua praia. Ele se agachou ao lado do corpo, olhando para a arma apoiada no ladrilho, uma Glock 19 preta fosca personalizada com lanterna e mira laser. Payne adoraria isso. Ele pegou o novo presente, colocando-o na cintura e sacudindo o vidro e as lascas de madeira de suas roupas antes de abrir a janela do banheiro e deslizar habilmente para o beco.

Ele parou, tirando um pequeno cilindro do bolso e quebrando a barreira entre os líquidos verdes e transparentes, sacudindo-os brevemente antes de jogá-lo no banheiro e sair correndo o mais rápido que pôde, sem chamar a atenção para si mesmo.

Ele avançou uns cem metros antes que a pequena explosão sacudisse o quarteirão, disparando os alarmes dos carros e causando outro surto de pânico na multidão reunida em frente ao restaurante.

Zayn seguiu na direção oposta, abrindo caminho por becos, forçando-se a manter o passo casual. Apenas mais um turista curtindo a cidade. O comunicador de Payne ficou em silêncio. Zayn disse a si mesmo que ele havia escapado durante sua corrida de volta para a vila. Nada mais. Ele se recusou a permitir-se preocupar-se com o homem. Ele era mais do que capaz de cuidar de si mesmo, e mesmo esse trabalho confuso não era o pior que já tinha visto. Ele só podia imaginar que Liam diria o mesmo.

Ainda assim, ele estaria mentindo se dissesse que seu peito não relaxou quando ele entrou na vila e viu o assassino sentado à mesa da cozinha, com o rifle estendido diante dele, como se estivesse pronto para se defender dele, se necessário.

Zayn deixou-se cair no assento à sua frente, finalmente deixando-se respirar. — Bem, isso foi péssimo, não?

— Que raio foi aquilo? — Payne rosnou. — Onde diabos estava Bennington? Achei que você disse que poderia confiar nesse seu contato.

— Você acha que armaram para nós? —  havia ponderado a ideia pessoalmente a caminho de casa.

— O que você acha? — Liam zombou. — DiMarco apareceu. Bennington não. Você acha que foi uma coincidência?

Zayn suspirou, apertando a ponta do nariz. — Não. Não é provável. Merda.

— Sua orelha está sangrando.
Zayn olhou para cima. — O quê?
O outro assassino levantou-se, puxando bruscamente a cabeça dele para o lado. — Sua orelha está sangrando. Seu pescoço também.

kill bill - ziam Onde histórias criam vida. Descubra agora