12. ⚗️

34 4 23
                                    

— Beba, Liam. — O sotaque de Zayn derreteu sobre ele, o tom suave em desacordo com o latejar na cabeça de Liam enquanto ele tentava se concentrar. — Você precisa de hidratação.

As fracas luzes amarelas acima de Liam tinham halos dourados difusos, e o rosto de Zayn tinha uma impressão borrada de tons castanhos. Seus braços pendiam frouxamente ao lado do corpo, pesados, e o limite de sua visão era como uma lente de câmera de foco suave dos anos setenta. Ele mal conseguia ver absolutamente nada. Quando ele tentou falar, em vez de palavras saírem, um líquido frio entrou.

Ele balbuciou, depois recuperou o controle da garganta e começou a engolir. Porra, isso era bom. Sua boca estava ressecada, sua língua tão pesada quanto o resto dele. Ele estava... O que ele estava fazendo?

Outra piscada lenta, como uma lixa raspando seus olhos. A água desapareceu e Liam sibilou ao sentir uma pontada repentina na parte interna de seu braço. Ele estava prestes a perguntar por que diabos Zayn o havia perfurado quando o mundo correu em sua direção em cores ofuscantes. Sua frequência cardíaca disparou de uma marcha lenta para um galope total em um intervalo de nanossegundos.

— Merda. Talvez eu tenha ultrapassado um pouco a dosagem.

Liam piscou rapidamente, absorvendo o fluxo repentino de informações sensoriais. Paredes de cimento cinza. Chão de cimento, fresco para os pés. Seus pés descalços. Arrepio. Sem camisa. Um chocalho quando ele se moveu. Correntes. Dreno de piso.
Uma sala de matança.

Liam cambaleou em direção a Zayn com um grunhido feroz, seu corpo cheio de adrenalina e tenso com força bruta esperando para ser liberado graças ao que quer que Az tivesse bombeado em suas veias.

As algemas em seus tornozelos e pulsos imediatamente o jogaram de bunda para trás no chão de pedra. Ele caiu de lado, soltando uma maldição quando sua cabeça bateu nas pernas da cadeira onde ele estava caído segundos atrás.
Malik ergueu as palmas das mãos em um gesto apaziguador enquanto Liam se sentava com uma carranca, sem humor para ser aplacado considerando sua situação atual.

Cada maldito medo e dúvida que ele tinha sobre o idiota astuto parado na frente dele gritava, eu te disse no fundo de sua mente. Enquanto isso, seu coração tentava agarrar seu peito.

Quanto tempo ele tinha antes de ter uma parada cardíaca? Segundos? Um minuto? Tempo suficiente para tentar retaliar novamente? — Pare de brincar comigo e atire em mim, seu covarde — ele cuspiu. — Eu pelo menos daria a você isso.

— Ainda não posso. — A voz de Zayn era baixa, mas firme. E certamente, certamente isso não era um maldito pedido de desculpas em seus olhos enquanto ele falava, como se ele pensasse que Liam poderia de alguma forma entender, de um assassino para outro.

Mas o que mais Liam realmente esperava? Sempre foi feito para terminar assim, não é? Liam estreitou os olhos e cuspiu nos pés do moreno  — Onde estou?

Zayn parecia prestes a falar novamente quando a porta de metal se abriu e seu contato do clube no Rio enfiou a cabeça para dentro. Liam olhou para ele. Porra, imaginei. Esse cara cheirava a más notícias desde o início.

— Ah. Ele está acordado. Ótimo. Preciso de outra foto e vou mandar para o chefe e ver o que ele quer a seguir. — Ryan sorriu abertamente para Liam enquanto pegava o telefone. — Diga X, idiota. Liam dobrou o queixo obstinadamente.

— Agarre-o, sim? Não consigo ver merda nenhuma.

Zayn deu um passo à frente, pressionando a mão na testa de Liam para incliná-la para trás. Usando toda a força disponível nas correntes, Liam enfiou o punho no plexo solar dele.
Zayn deu um passo para trás ao mesmo tempo em que algo estalou tão alto na bochecha de Liam que ele viu estrelas.

kill bill - ziam Onde histórias criam vida. Descubra agora