Ladar - Sangue & Sacrifício - CONCLUÍDO

10 - Caos & Sangue - Parte III

Cayon, o Ceifador, observava o vasto acampamento de seu posto no Forte dos Reis. Sua armadura reluzente, ornada com intricados detalhes prateados e capas brancas, refletia a luz do sol da manhã, tornando-o uma figura imponente e respeitável. Seus olhos afiados percorreram o campo frenético abaixo, onde seus 15 mil soldados se movimentavam em uma coreografia de preparação e prontidão.

Ao redor do Forte dos Reis, a vegetação era densa e vibrante, com árvores altas e antigas que se erguiam como fantasmas. O verde exuberante do ambiente contrastava com a movimentação constante do acampamento, onde fileiras de tendas militares se estendiam até onde a vista alcançava. O som das folhas balançando ao vento misturava-se ao clamor das vozes dos soldados e ao tilintar metálico das armas. Carroças cheias de suprimentos chegavam em intervalos regulares, trazendo alimentos, armas e flechas. Os mantimentos incluíam sacos de grãos, barris de vinho e água, e cestas transbordando de frutas frescas. Um grupo de soldados descarregava caixas pesadas de armamentos: espadas brilhantes, lanças afiadas e flechas recém-fabricadas. Ferreiros trabalhavam incansavelmente, forjando novas lâminas e reparando armaduras danificadas, enquanto arqueiros testavam a tensão de seus arcos, preparando-se para o que estava por vir.

Cayon caminhava entre seus homens, seu olhar atento a cada detalhe. Ele parava ocasionalmente para inspecionar as armas, testar a qualidade das flechas e assegurar-se de que os soldados estivessem em perfeitas condições. Sua presença inspirava confiança e respeito; os soldados se endireitavam ao passar do capitão, conscientes de sua reputação e liderança implacável.

— Como estão os suprimentos? — perguntou Cayon a um dos oficiais de intendência.

— Estão sendo entregues conforme o previsto, senhor. Teremos o suficiente para sustentar os homens por vários meses, se necessário — respondeu o oficial, fazendo uma saudação formal.

Cayon assentiu, satisfeito com a resposta. Ele se dirigiu então ao campo de treinamento, onde um grupo de soldados praticava táticas de batalha sob a supervisão de comandantes veteranos. Ele observou com olhos críticos, fazendo correções e oferecendo conselhos quando necessário.

— Lembre-se, a disciplina é a chave para a vitória. Um soldado bem treinado vale por dez inimigos desorganizados — disse ele, a voz firme e autoritária.

Ao cair da noite, o acampamento se iluminou com inúmeras fogueiras. Soldados se reuniam em pequenos grupos, compartilhando histórias e risadas, mas sempre com um olho vigilante nos arredores. Cayon, agora em sua tenda, examinava mapas e estratégias, planejando os próximos movimentos com a precisão de um mestre estrategista.

— Capitão, a chegada de reforços de Azaban está prevista para o amanhecer — informou um mensageiro, entrando na tenda com um rápido aceno de cabeça.

— Excelente. Preparem tudo para recebê-los. Precisamos estar prontos para qualquer eventualidade — respondeu Cayon, o rosto sério, mas os olhos brilhando com a determinação de um líder nato.

A noite avançava, mas o acampamento nunca dormia por completo. Sempre havia guardas patrulhando, sempre havia um olhar atento. E, no centro de tudo, estava Cayon, o Ceifador, um capitão astuto e destemido, preparado para liderar sua Legião Branca através dos desafios que estavam por vir. A noite se prolongava lançando uma friagem no acampamento da Legião Branca, mas a movimentação ainda era intensa. Cayon, o Ceifador, havia finalmente encontrado um momento de alívio em sua tenda, livrando-se da pesada armadura que usara o dia todo. Estava começando a relaxar quando ouviu o som de cavalos galopando em direção ao acampamento.

Ao sair de sua tenda, Cayon avistou Lithia e Lenon, seus amigos e espiões de confiança, chegando a galope. Lithia, uma Duäle de cabelos brancos que caíam em uma longa trança, desceu de seu cavalo com graça. Lenon, um Eervale loiro de olhos verdes penetrantes, seguiu logo atrás, com um sorriso que irradiava alegria.